Dissertação

Sustentabilidade e práticas socioculturais de manejo e conservação de quelônios na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó-Aço, BR-319

Diversos estudos apontam para a potencialidade dos conhecimentos tradicionais e/ou conhecimento ecológico local desenvolvido pelas populações caboclo-ribeirinhas do Estado do Amazonas. As contribuições que os dados etnoecológicos podem proporcionar ao manejo e sustentabilidade dos recursos naturais...

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Autor principal: Oliveira, Viviane Gil da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7931712172953823, https://orcid.org/0000-0002-9754-7322
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2021
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8161
Resumo:
Diversos estudos apontam para a potencialidade dos conhecimentos tradicionais e/ou conhecimento ecológico local desenvolvido pelas populações caboclo-ribeirinhas do Estado do Amazonas. As contribuições que os dados etnoecológicos podem proporcionar ao manejo e sustentabilidade dos recursos naturais são importantes ferramentas de empoderamento comunitário bem como de análise dos sistemas interativos entre espécie humana e fauna. E, a análise dos registros históricos que versam sobre a construção da Amazônia pretérita traz à tona os signos engendrados nos traços culturais praticados por populações residentes nas margens de rios. Nesta pesquisa, buscou-se analisar as Práticas Socioculturais de Manejo e Conservação de quelônios em uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável com base na análise dos conhecimentos etnoecológicos e habitus. Também avaliou-se a sustentabilidade destas práticas pelo viés da organização social estabelecida nesta comunidade, bem como políticas e ações desenvolvidas neste contexto. Para isso foram realizadas entrevistas qualitativas com grupo de pescadores e viabilizou-se técnicas que apreendessem as informações necessárias desse contexto. Os resultados desta pesquisa elucidam as práticas de uso e formas de uso de quelônios na comunidade pesquisada, na qual se faz alusão aos modos de vida herdados da Amazônia pretérita, assim como evidencia-se que a organização social desta comunidade possui regras de uso locais e modos de conservação e manejo próprios, culturais daqueles que são pescadores. Conclui-se que a valorização dos caboclos-ribeirinhos deve ocorrer por meio do entendimento de que as práticas de conservação têm raízes socioculturais que precisam ser percebidas como tais, e o não reconhecimento destas práticas implica na sobreposição de sistemas de conservação e manejo que podem subjetivar a identidade etno-local, e desequilibrar a sustentabilidade local de espécimes.