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Tese
“A natureza mudou”: alterações climáticas e transformações nos modos de vida da população no baixo rio Negro, Amazonas
As mudanças climáticas são gradativas e perceptíveis para toda a sociedade, e acarretam grandes impactos para as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Estas populações são altamente sensíveis a estas transformações, pois os ciclos hidroclimáticos sazonais regem os seus cotidianos, integram os s...
Autor principal: | Vasconcelos, Mônica Alves de |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/7081231067828526, https://orcid.org/0000-0003-0388-5791 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2021
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8177 |
Resumo: |
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As mudanças climáticas são gradativas e perceptíveis para toda a sociedade, e acarretam
grandes impactos para as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Estas populações são
altamente sensíveis a estas transformações, pois os ciclos hidroclimáticos sazonais
regem os seus cotidianos, integram os seus modos de vida ao ambiente e determinam a
organização dos calendários sociais e agrícolas. Pesquisas de percepção climática dos
ribeirinhos são necessárias para analisar como eles estão reagindo aos impactos dessas
mudanças e quais estratégias adaptativas são adotadas. Este trabalho teve como objetivo
compreender os impactos provocados pelos eventos climáticos extremos na dinâmica
dos aspectos físicos, ambientais e socioculturais dos sistemas socioecológicos ribeirinhos
do baixo rio Negro. Inicialmente, pela análise de alterações de tendências hidroclimáticas
e, posteriormente, por meio da descrição da percepção procurou-se apresentar os
impactos nos modos de vida e na paisagem das comunidades para então conhecer as
estratégias adaptativas frente aos eventos climáticos extremos. Foi adotada a perspectiva
quanti-qualitativa com abordagem multimétodos. A pesquisa foi realizada nas
comunidades Tiririca, Marajá, Santo Antônio e Terra Preta da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do rio Negro, com 43 sujeitos por meio de entrevistas
semiestruturadas e de grupo focal, com a finalidade de observar possíveis contrastes na
percepção de homens e mulheres. Os resultados foram analisados por meio de
tendências históricas da sazonalidade do regime hidrológico, da precipitação e da
temperatura, enquanto para os dados qualitativos, foi utilizada a técnica de análise de
conteúdo. Os resultados indicam que registros físicos e de percepção na maioria das
vezes coincidem, e estes apontam que os ciclos do rio estão mudados, que as chuvas
diminuíram e há unanimidade na percepção de que o aumento da temperatura é uma
realidade que tem afetado seus modos de vida no trabalho, educação, saúde e
alimentação. As comunidades estão desenvolvendo estratégias adaptativas para superar
esse novo desafio, mas políticas públicas precisam auxiliar na reposta local às
variabilidades climáticas, contribuindo com a qualidade de vida das populações. |