Dissertação

Resposta ecofisiológica de plantas de Solanum sessiliflorum Dunal submetidas a supressão hídrica seguida por reidratação

As plantas não possuem capacidade de se deslocar para outras áreas quando se deparam com condições adversas, os efeitos causados por tais condições são referidos na fisiologia como estresses. Dentre os diversos tipos, o estresse por déficit hídrico é considerado o principal fator ambiental limitante...

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Autor principal: Cordeiro, Oziel França
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7249979361557682, https://orcid.org/0000-0002-6676-122X
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2021
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8234
Resumo:
As plantas não possuem capacidade de se deslocar para outras áreas quando se deparam com condições adversas, os efeitos causados por tais condições são referidos na fisiologia como estresses. Dentre os diversos tipos, o estresse por déficit hídrico é considerado o principal fator ambiental limitante da produtividade de espécies de interesse econômico. Dito isto, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos do estresse por limitação hídrica na morfofisiologia de plantas de Solanum sessiliflorum Dunal, da etnovariedade I. O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal do Amazonas, Campus Humaitá. As plantas de cubiu foram separadas em dois grupos: (a) plantas controle: irrigado diariamente e mantidas próximo a capacidade de campo/pote e (b) plantas sob estresse: submetido à limitação hídrica pelo período de sete dias seguida por reidratadas por mais sete dias subsequentes. Análises biométricas e fisiológicas foram aplicadas com o intuito de compreender como essa cultura responde a essas condições. O efeito da escassez hídrica foi detectado em Solanum sessiliflorum por diferenças nos valores de TRA. De maneira geral, folhas de Solanum sessiliflorum mostraram drástica redução do status hídrico a partir do quinto dia de privação hídrica alcançando seu nível mais baixo após sete dias. Contudo, o status hídrico é reestabelecido rapidamente após período de reidratação. O período sem receber água impactou intensamente seu fenótipo, bem como seu crescimento e acúmulo de biomassa. O desenvolvimento do primórdio foliar de Solanum sessiliflorum também foi impactado, assim como crescimento do comprimento e largura do oitavo primórdio foliar foi severamente impactado pela limitação hídrica. No entanto, após a reidratação, voltou-se a apresentar crescimento regular, atingindo valores semelhantes ao de crescimento das plantas irrigadas diariamente. A massa seca (MS) do caule não foi alterada em função do déficit hídrico, enquanto que a MS de folha e raiz apresentaram redução nas condições testadas. Com relação aos parâmetros fisiológicos, observou-se, ainda, para as análises de fluorescência uma redução significativa dos valores de Fv/Fm ao sétimo dia em plantas sob limitação hídrica, assim como um dia após a reidratação. Já os valores médios de qP apresentaram redução a partir do terceiro dia de limitação da água, alcançando valor mais baixo no sétimo dia sem irrigação, contudo, esse parâmetro foi restaurado a níveis semelhantes a plantas irrigadas diariamente. Os valores de NPQ foram maiores em plantas estressadas nos terceiro e quinto dias de ausência de irrigação, indicando um efeito fotoprotetivo a limitação hídrica e voltando a não diferir, significativamente, do grupo controle após esse período. A privação hídrica também afetou negativamente as trocas gasosas (An, gs e Ci), somente no sétimo dia de ausência de água. Quando tomados em conjunto, os resultados de privação hídrica sugerem uma limitação estomática da fotossíntese e posterior limitação bioquímica nas taxas de assimilação de carbono quando a irrigação é restaurada. Os resultados deste trabalho apresentaram uma aparente resiliência dessa cultura ao déficit hídrico imposto no regime de sete dias de restrição de água, ao qual essa espécie apresentou importantes mecanismos morfológicos e fisiológicos de plasticidade a esse tipo de estresse.