Caryocar villosum é uma árvore encontrada na Amazônia central, pertencente à
família Caryocaraceae, popularmente conhecida como Piquiá. Os estudos
fitoquímicos e farmacológicos prévios com algumas espécies do gênero Caryocar
indicaram substâncias com propriedades biológicas. Dessa forma, o objetivo desse
estudo consistiu em realizar a caracterização dos constituintes químicos presentes
nos extratos das cascas do caule (obtidos pela análise quimiométrica) de C. villosum
por meio da técnica de espectrometria de massas, ressonância magnética nuclear e
avaliação do potencial antioxidante in vitro. Com base na análise quimiométrica, pelo
método do triângulo de Snyder, nos quais foram utilizados métodos fundamentados
em projeção (ACP - Análise de Componentes Principais) e métodos baseados na
distância entre as amostras (AH - Análise Hierárquica de Agrupamentos), também
conhecida como Análise de Cluster, foram selecionados somente as amostras do
primeiro grupo de extratos que compõe o triângulo 1 (acetona, metanol e água) para
a caracterização com base no padrão de fragmentação das substâncias comparando
com os dados da literatura. Foram feitas tentativas de caracterização de 7 substâncias
fenólicas, sendo elas: o ácido gálico, ácido elágico, ácido elágico ramnosídeo, a
dilactona do ácido valônico, 3,6‐di‐O‐galoil‐D‐glicose, 3,4,6‐tri‐O‐galoil‐D‐glicose e
1,2,3,6‐tetra‐O‐galoil‐β‐D‐glicose. O extrato à base de metanol foi destacado como o
mais representativo por conter os constituintes fenólicos. Com isso, foi possível
confirmar a identificar por meio de isolamento 03 substâncias: ácido elágico, ácido
elágico ramnosídeo e 3,6‐di‐O‐galoil‐D‐glicose nas quais duas delas foram
identificadas como sendo as substâncias responsáveis pela separação dos grupos
quimiométricos. A avaliação do teor de compostos fenólicos, realizada pelo método
de Folin-Ciocalteu, mostrou que a espécie C. villosum apresentou percentual de
fenólicos em seus extratos entre 20,2 a 36,9 %, com maior conteúdo para o extrato
AcOEt/H2O/EtOH, com 329,4 μg EAG/g. Todos os extratos obtiveram alta
porcentagem total de inibição do radical livre DPPH entre 91,3 a 95,3% (com CE50 na
faixa de inibição entre 3,5 a 6,7 μg.mL-1), com exceção do extrato aquoso que obteve
percentual inibitório de 46,0%. As substâncias isoladas também apresentaram alta
porcentagem de inibição do DPPH com CE50 nas concentrações de 5,6 μg/mL para
P1(3,6-di-O-galoil-D-glicose) 12,3 μg.mL para P2(ácido elágico ramnosídeo) e 5,6
μg.mL para P3(ácido elágico). Assim, a parte utilizada da espécie C. villosum mostrou
ser uma fonte promissora de compostos fenólicos com atividade antioxidante in vitro.
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