As pontes que separam, representam a constatação de uma realidade da cidade de Manaus, vinculadas ao urbanismo nas proximidades de igarapés. As pontes, nesse caso, servem para unificar as margens dos pequenos rios que separam duas morfologias urbanas, pois, de um lado pode-se ter um urbanismo previamente planejado, com a racionalidade do desenho urbano e do outro lado encontra-se uma irregularidade morfológica, o desenho urbano não precedido da racionalidade urbanística previamente estabelecida. Utiliza-se os conceitos de segregação e diferenciação, pretendendo entender o processo da reprodução social nos bairros Japiim, Distrito Industrial I e Parque Dez de Novembro, separadas pelos igarapés e articuladas pelas pontes, que se de um lado unem as margens, podem separar as morfologias e segmentos sociais, que vivem de lados opostos das margens. O principal objetivo foi entender o processo de diferenciação socioespacial na cidade de Manaus em áreas próximas a igarapés a partir de sua expressão urbana e do significado das pontes que os unem e diferenciam, assim como identificar o processo de segregação e diferenciação. Procurou-se identificar o processo de diferenciação socioespacial interna nos bairros Japiim e Parque Dez de Novembro na cidade de Manaus, pois estes bairros apresentam morfologias urbanas diferenciadas por serem cortados por igarapés. A metodologia partiu de uma revisão bibliográfica sobre os processos de segregação e diferenciação no espaço intraurbano, com base empírica e consiste em uma análise estrutural urbana com abordagem qualitativa. Também foram procedidas entrevistas individuais e em grupos, com perguntas abertas com uma média de 28 participantes, levantamentos documentais e em jornais sobre o processo de ocupação e formação dos bairros analisados, bem como imagens de satélite e icnográficas, que permitiram o entendimento das formas urbanas diferenciadas em ambas as margens dos igarapés. O presente trabalho, portanto, foi o percurso de uma pesquisa desenvolvida nos referidos bairros da cidade de Manaus-AM, sobre o processo de ocupação, visando entender sua formação socioespacial e posterior diferenciação interna nas áreas de igarapés; desse modo, identificou as pontes como objetos que unem e diferenciam essas áreas, procurou compreender a produção de morfologias urbanas heterogêneas, mesmo que próximas do ponto de vista topográfico.
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