A biodiversidade Amazônica está constantemente ameaçada devido à ação antrópica, destacando-se o desflorestamento. Programas de recuperação de áreas degradadas são alternativas potenciais para a reutilização das áreas desflorestadas, além de reduzir a pressão de exploração sobre os remanescentes de florestas nativas. O conhecimento da diversidade genética de uma espécie é importante para o manejo ou para efetuar novos plantios, para realizar adequadamente o extrativismo e também para a conservação e o melhoramento genético. O uso de iniciadores microssatélites específicos para Trema micrantha (L.) Blume permite o estudo de diversidade dos indivíduos de uma população e entre populações dessa espécie potencial para reflorestamento na Amazônia visando à conservação e uso dos seus recursos genéticos. O estudo teve como objetivo analisar a diversidade genética de populações de T. micrantha em municípios do Estado do Amazonas utilizando microssatélites e estudar o nicho climático e o impacto de diferentes cenários de mudanças climáticas sobre a distribuição geográfica potencial de T. micrantha, utilizando para este fim modelos de nicho ecológico. Foram coletadas 47 plantas de 3 municípios do Amazonas. Foram amplificados pela reação em cadeia da polimerase (PCR) 5 locos polimórficos de microssatélite para a espécie. As genotipagens foram obtidas por eletroforese capilar e analisadas pela plataforma R. Foi possível observar, para os locais de amostragem, alta diversidade genética entre os indivíduos dentro de populações naturais de Trema micranta e sua estrutura genética apresenta como uma metapopulação para os locais de estudo. Ressalta-se que novos indivíduos e outros locos microssatélites devem ser analisados para aumentar a amostragem e confirmar dos resultados. A partir dos pontos de Trema micrantha observou-se que sua distribuição geográfica no território brasileiro está associada, principalmente, a áreas alteradas em processo de sucessão secundária, e com um caráter tropical. As áreas mais sensíveis à redução da espécie no Brasil a partir de projeções para os períodos de 2020-2050 e 2051-2070 estão concentradas nos biomas Amazônia, Pantanal e Cerrado. As áreas litorâneas dos biomas Caatinga e Mata Atlântica podem ser consideradas como estratégicas para a conservação e manejo sustentável da espécie, uma vez que apresentaram maior adequabilidade climática para Trema micrantha e podem funcionar como áreas prioritárias para coleta de sementes para reflorestamentos e para conservação da variabilidade genética da espécie in situ.
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