A noção de construção social do conceito de Amazônia e de seus povos originários a partir de visões exógenas representam os alicerces das reflexões propostas neste trabalho, intitulado Amazônias em rede: representações em disputa no Twitter acerca da questão indígena na Amazônia. Reforçada ao longo dos séculos pela assunção ao status de versão oficial institucionalizada da história, essa visão segue presente, ainda que por vezes reelaborada, nos discursos pós-modernos acerca da questão indígena na Amazônia, não só nos livros didáticos, na imprensa e nos discursos políticos como outrora, mas também nas representações elaboradas e difundidas diversos outros atores na sociedade em rede. Nesse processo, tem-se na virtualização das relações e no surgimento da autocomunicação de massa por meio da internet um importante aspecto a ser observado e analisado como uma arena cada vez mais proeminente de disputas simbólicas pela prevalência sobre as representações elaboradas e difundidas sem qualquer fronteira geográfica ou temporal pelos participantes das redes ali estabelecidas. Com base nesses pressupostos, a presente pesquisa objetiva analisar representações em redes sociais virtuais e identificar atores e sentimentos ali manifestados acerca da questão indígena na Amazônia, primordialmente a partir de mensagens divulgadas por meio da plataforma de mídia social Twitter, coletadas e analisadas sistematicamente entre os meses de agosto a novembro de 2019. Essas representações se mostraram marcadas pelo agenciamento da mídia na definição dos assuntos repercutidos nas interações, bem como pela predominância da associação entre as questões indígenas e a ideia de Amazônia como lugar no mundo por atores externos à região, com forte vinculação à problemática ambiental.
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