A espécie Urena lobata L. adapta-se em diversos tipos de ambientes, tais
como área de várzea e área de terra firme, de clima tropical e subtropical, sendo
considerada rústica e com potencial para os estudos quanto a constituição de componentes
inorgânicos em ambientes alterados e de como a espécie será afetada com as mudanças
climáticas. O trabalho teve como objetivo estudar a diversidade fenotípica de plantas de
U. lobata, em dois ambientes amazônicos, área antropizada de terra firme e de várzea e
predizer a distribuição da espécie em cenários futuros com alterações climáticas. No
primeiro capítulo da tese, estudou-se a diversidade fenotípica da espécie. Foram
amostradas oito plantas em área antropizada de terra firme e oito de várzea e cada planta
foi estudada a partir das amostras de solos rizosféricos, folhas e raízes, totalizando 24
amostras por área. As análises foram realizadas com o uso de fluorescência de raios X
por reflexão total (TXRF). Os indivíduos foram agrupados pelo método hierárquico das
médias das distâncias (UPGMA), foi realizada dispersão gráfica pelo Método da Análise
de Coordenadas Principais (PCA) e análise de escalonamento multidimensional não
métrico. A análise de TXRF detectou 16 elementos inorgânicos no solo e nos tecidos das
plantas, entre esses, nutrientes e elementos considerados potencialmente tóxicos. As
análises estatísticas, em geral, agruparam as plantas de acordo com o tipo de área
estudada. U. lobata apresentou-se como potencial fitorremediadora ou bioindicadora de
elementos traços presentes nas áreas. No segundo capítulo, realizou-se projeções futuras
em dois cenários RCP (Representative Concentration Pathways): RCP 4.5
(medianamente pessimista) e RCP 8.5 (mais pessimista), em dois intervalos de tempo
(2020-2050 e 2051-2070). O algoritmo Envelope Score foi o que melhor representou a
distribuição da espécie. O modelo permitiu verificar a ocorrência potencial de U. lobata
no período atual e futuro nos seis biomas brasileiros, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata
Atlântica, Pantanal e Pampa. Os resultados confirmam que a espécie é rústica e apresenta
baixa vulnerabilidade no RCP 4.5, mas observou-se a perda de área favorável
considerável no RCP 8.5, havendo uma tendência de estabelecimento de populações em
regiões de maior altitude das regiões Sudeste e Sul do país. Os resultados evidenciam a
necessidade de conservação de populações da espécie das regiões mais sensíveis à perda
de ocorrência, para garantir a manutenção da variabilidade genética.
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