O cultivo do guaranazeiro tem importância econômica, social e cultural no Amazonas, pois é cultivado em grande escala por agricultores familiar. As sementes após beneficiadas são utilizadas na indústria de concentrados, farmacológica e cosmética. O potencial como cultivo agrícola e seu manejo quanto ao controle de plantas infestantes, proporciona ações de preservação do agroecossistema visando uma agricultura sustentável. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo avaliar a influência de plantas de cobertura no manejo de infestantes e no estoque de carbono do solo e na produtividade de um sistema agrícola com guaranazeiro. O delineamento experimental adotado foi de blocos casualisados, com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram: T1-Brachiaria ruziziensis, T2-Canavalia ensiformis, T3-Mucuna deeringiana, T4-Arachis pintoi, T5-Espécies infestantes com roçada e T6-Espécies infestantes em livre crescimento (Testemunha) avaliadas nos anos 2018, 2019 e 2020. As características avaliadas foram: taxa de decomposição dos resíduos, estoques de nutrientes das plantas de cobertura, percentual de cobertura do solo, estoque de carbono no solo, análise nutricional e produtividade do guaranazeiro. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e aplicado o teste F a 5% de probabilidade. Para as variáveis contínuas, foi aplicada análise de regressão com a seleção de equações que seguiram a tendência dos dados originais e maior coeficiente de determinação. As plantas de cobertura apresentaram alta taxa de decomposição dos resíduos. As leguminosas (Arachis pintoi, Canavalia ensiformes e Mucuna deeringiana) apresentaram altos teores iniciais dos nutrientes e maiores tempo de meia vida para a decomposição dos resíduos. A liberação de P, Ca e Mg foi lenta a partir da decomposição dos resíduos. K apresentou rápida liberação inicial a partir da decomposição dos resíduos das plantas de cobertura. Em 2019 e 2020 a Brachiaria ruziziensis apresentou resultados superiores em relação aos demais tratamentos, na produção de biomassa fresca e seca, suprimindo 100% das plantas infestantes nos dois anos. Não houve diferença significativa entre as espécies de cobertura para os dados referente a matéria orgânica, carbono no solo e estoque de carbono no solo, nos dois anos avaliados. Em 2019 as plantas de cobertura não afetaram os teores de nutrientes de folhas de guaranazeiro e não influenciaram a produtividade de sementes secas. Portanto, recomenda-se estudos relacionados a decomposição de plantas de coberturas levando em consideração maiores períodos, testando as dimensões das sacolas de decomposição e quantidades de material vegetal colocados nas sacolas. Estudos em condições amazônicas para avaliar os Estoques de carbono no solo em função do uso de plantas de cobertura ainda são necessários, observando principalmente o tempo de pesquisa e a profundidade de coleta do solo para avaliação desses parâmetros.
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