Tese

Contribuição ao estudo fitoquímico e biológico de espécies de Brosimum da Região Amazônica

Apesar da grande variedade de plantas medicinais existentes na Região Amazônica, muitas não possuem estudos relativos à sua composição química e atividade biológica, destacando-se aquelas pertencentes ao gênero Brosimum (Moraceae), cujas espécies são amplamente utilizadas por populações locais. Dess...

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Autor principal: Sá, Ingrity Suelen Costa
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5221912075150336, https://orcid.org/0000-0002-0204-6788
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2023
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9311
Resumo:
Apesar da grande variedade de plantas medicinais existentes na Região Amazônica, muitas não possuem estudos relativos à sua composição química e atividade biológica, destacando-se aquelas pertencentes ao gênero Brosimum (Moraceae), cujas espécies são amplamente utilizadas por populações locais. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo investigar o conteúdo químico das espécies B. acutifolium e B. parinarioides presentes na Região Amazônica, bem como avaliar os seus potenciais antioxidante (in vitro) e antitumoral (in sílico). Para alcançar este objetivo foram preparados diferentes extratos baseados no planejamento de misturas envolvendo três diferentes solventes orgânicos (DCM, AcOEt e EtOH), sendo em seguida submetidos às análises por espectrometria de massas e quimiométricas. As frações provenientes dos extratos DCM, AcOEt de B. acutifolium e AcOEt de B. parinarioides foram submetidas às análises cromatográficas modernas e as substâncias resultantes foram elucidadas por EM e RMN 1D e 2D. No que se refere à atividade biológica, os extratos e substâncias isoladas foram analisados por meio dos ensaios de DPPH, FRAP, ABTS e inibição frente à proteína FLT3. Em adição, a determinação do teor de fenólicos totais dos extratos também foi mensurada. A partir do estudo químico do extrato DCM:AcOEt de B. acutifolium foram isolados 7,4′-dihidroxi-8- prenilflavana, 4′-hidroxi-7,8-(2′′,2′′-dimetilpirano)flavana, isoliquiritigenina, isobavachalcona, kanzonol B, kanzonol C e corylifol B, sendo o kanzonol B-C relatados pela primeira vez na espécie e corylifol B na família Moraceae. Por outro lado, o estudo químico dos extratos AcOEt e MeOH de B. parinarioides, resultou no isolamento de 4’,6-dihidroxi-5-prenil-flavana, 7,8-dimetoxy-2,2-dimetil-1 benzopirona-6-ácido propanoico, licoagrachalcona, isoliquiritigenina, 2,4,4’-trihidroxi-5’-(2”-hidroxi-3”-metil-butenil)-chalcona e kanzonol B, sendo inéditas as substâncias 4’,6-dihidroxi-5-prenil-flavana, 2,4,4’-trihidroxi-5’-(2”-hidroxi-3”-metil-butenil)-chalcona, 7,8-dimetoxy-2,2-dimetil-1-benzopirona-6-ácido propanoico, denominadas de parinarioidinas A-C. O estudo do conteúdo de fenólicos totais demonstrou alto teor para os extratos de ambas as espécies, e o potencial antioxidante dos extratos e substâncias isoladas revelou atividade antioxidante frente os radicais DPPH, ABTS e FRAP. Por fim, visando a análise do potencial antitumoral das substâncias realizou-se o estudo de ancoragem molecular com a proteína FLT3, onde foi possível observar potenciais inibidores para kanzonol B, kanzonol C, licoagrachalcona A, corylifol B, isobavachalcona, 4’-hidroxi-7,8- (2”,2”-dimetilpiano)flavana, isoliquiritigenina e brosimina B evidenciadas pelos superiores valores de energia livre de ligação (-10.3 a -9.8 kcal/mol) quando comparados com o controle positivo doxorrubicina (-8,1 kcal/mol), que foi explicado pelo estabelecimento de interações favoráveis entre o novo complexo ligante-FLT3.