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Tese
Roger Casement na Amazônia: exploração, violência e genocídio no interflúvio da tríplice fronteira
O famigerado Cônsul Roger Casement havia sido esquecido pelo mundo contemporâneo por mais cem anos. Era uma figura famosa no início do século XX, antes da 1ª Guerra Mundial. Foi ele que denunciou os crimes do Rei Leopoldo da Bélgica no Congo e havia fundado, com seu amigo Edmund Morel, a Associaç...
Autor principal: | Espinoza Cárdenas, Freddy Orlando |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/2134850758098312 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2023
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
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oai:https:--tede.ufam.edu.br-handle-:tede-94442023-07-03T19:16:37Z Roger Casement na Amazônia: exploração, violência e genocídio no interflúvio da tríplice fronteira Roger Casement in the Amazon: exploitation, violence and genocide in the triple border interfluve Espinoza Cárdenas, Freddy Orlando Silva, Heloísa Helena Côrrea da http://lattes.cnpq.br/2134850758098312 http://lattes.cnpq.br/4664295271962137 Pinto , Ernesto Renan Melo de Freitas http://lattes.cnpq.br/1561539000379760 Scherer, Elenise Faria http://lattes.cnpq.br/9963969899295818 Aleixo , Marcos Frederico Krüger http://lattes.cnpq.br/8302225272067037 Indígenas na literatura - Amazônia LINGUISTICA, LETRAS E ARTES LINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRAS: LINGUAS INDIGENAS LINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRAS: OUTRAS LITERATURAS VERNACULAS História Literatura Questão indígena Genocídio Amazônia O famigerado Cônsul Roger Casement havia sido esquecido pelo mundo contemporâneo por mais cem anos. Era uma figura famosa no início do século XX, antes da 1ª Guerra Mundial. Foi ele que denunciou os crimes do Rei Leopoldo da Bélgica no Congo e havia fundado, com seu amigo Edmund Morel, a Associação da Reforma do Congo, além de ter recebido títulos e honras da realeza britânica. No entanto, sabe-se muito pouco sobre a sua passagem na Amazônia de 1910 a 1912, período em que o boom do ciclo da borracha começou a desmoronar. Esta tese tem como propósito pesquisar essa travessia pela Amazônia, sobretudo no interflúvio Cara-paraná e Igara-paraná do Putumayo, na Tríplice Fronteira Brasil, Colômbia e Peru. Em 1909, chega à fronteira a raiz de um escândalo denunciado pelo jornal Truth, de Londres, cujo título era O Paraíso do Diabo. Tratava-se de um genocídio de indígenas do Putumayo e abusos contra súbditos barbadianos. A empresa inglesa Peruvian Amazon Rubber Company havia adquirido um imenso território entre os rios Putumayo (Içá) e Caquetá (Japurá), no qual explorava milhões de hectares de borracha às custas do trabalho escravo dos índios bora, ocainas, andoques, uitotos, muinanes e resígaros. Por isso, o cônsul Roger Casement, que despachava no Consulado Geral do Império Britânico no Rio de Janeiro, parte em viagem de comissão à Amazônia peruana a fim de investigar a firma inglesa e levantar um processo contra os abusos e crimes do pessoal da companhia. Elabora, então, um relatório de mais duzentas páginas nas quais descreve as atrocidades dos caucheiros (entenda-se caucheiros como os empregados brancos que chefiavam populações indígenas, auxiliados por barbadensis e jovens indígenas chamados de “os muchachos”, que andavam armados e obedeciam a ordens dos chefes das sedes da companhia). Para ter uma visão ampla desse espaço, pensamos em fazer uma pesquisa bibliográfica a partir de verificações e levantamentos de livros e artigos que tenham analisado nosso objeto de pesquisa, sejam estes publicados em meio físico ou digital, com o objetivo de reunir dados e informações sobre Roger Casement na Amazônia, sobre o território do Putumayo e os habitantes originários desses povos que nele habitam, bem como entender sobre suas lendas e mitos através dos pesquisadores Eugene Robuchon, Capitão Thomas Whiffen, Theodor Koch-Grünberg, Richard Schultes. A partir disso, compará-los com o relatório do Roger Casement e o modo como ele interpreta e descreve os indígenas a ponto de defendê-los na sociedade europeia. Saber seus registros entre linhas sobre o genocídio dos indígenas do Putumayo e que segredos ou estratégias esconde contra a empresa inglesa Peruvian Amazon Rubber Company. Por fim, queremos entender que estratégia usaria para denunciar o genocídio dos povos indígenas do interflúvio do Putumayo, sabendo que o corporativismo do capitalismo inglês nunca condenaria a companhia inglesa por esses crimes. Finalmente, descrever como essa experiência amazônica provoca uma atitude extrema na sua luta pela independência da Irlanda. Nossa tese usará o estilo de ensaio pela multiplicidade de experiências e conflitos que o cônsul Roger Casement viveu nessa travessia amazônica. The infamous Consul Roger Casement had been forgotten, for over a hundred years, by the contemporary world. He had been a very famous figure in the early 20th century, before World War I. It was he who denounced the crimes of King Leopold of Belgium in Congo, he had founded with his friend Edmund Morel the Association for the Reform of the Congo. However, very little is known about his passage in the Amazon from 1910 to 1912. It was precisely in the period when the rubber boom cycle began to collapse. This thesis aims to research this crossing through the Amazon, especially in the Cara-Paraná and Igara-Paraná do Putumayo interfluve, in the Triple Border Brazil, Colombia and Peru. It arrives at the border as a result of a scandal denounced by the Truth newspaper of London, in 1909, whose title said thus: The Paradise of the Devil. It was about a genocide of the indigenous people of Putumayo and abuses against Barbadian subjects. The English company Peruvian Amazon Rubber Company had acquired an immense territory between the Putumayo rivers (Içá) and the Caquetá river (Japurá), in which it explored millions of hectares of rubber, at the expense of the slave labor of the bora, ocainas, andoques, uitotos, muinanes and resígaros. For this reason, Consul Roger Casement, who was dispatching at the Consulate General of the British Empire in Rio de Janeiro, leaves for a commission trip to the Peruvian Amazon, in order to investigate the British firm and file a case for abuses and crimes by the company's personnel. He prepares a report of over two hundred pages, in which he describes the atrocities of the company's caucheiros. (caucheiros are understood to be white employees who head indigenous populations, aided by barbadensis and young indigenous people called "the muchachos" who carry guns and obey orders from the head of the company's headquarters).In order to have a broad view of this space, and for that we thought to do a bibliographic research on the territory of Putumayo, on the original inhabitants of these peoples who inhabit it, to understand about their legends and myths, through the researchers, Eugene Robuchon, Captain Thomas Whiffen, Theodor Koch Grünberg, Richard Schultes in order to compare them with Roger Casement's report, and how he interprets and describes the indigenous to the point of defending them in European society, knowing their records between the lines about the genocide of the indigenous peoples of the Putumayo , and what secret or strategies are hiding against the English company Peruvian Amazon Rubber Company. Finally, we want to understand how he will denounce what strategy he would use to denounce the Genocide of the indigenous peoples of the Putumayo interfluve, knowing that the corporatism of English capitalism would never condemn the English company for these crimes. Finally, describe how this Amazonian experience provokes an extreme attitude in its struggle for Irish independence. Our thesis will use the essay style for the multiplicity of experiences and conflicts that the consul Roger Casement lived in this Amazon crossing. É um trabalho inédito na região amazônica, sobretudo na tríplice fronteira de Brasil- Colômbia- Peru, já que o estudo investiga na época da borracha a questão indígena e a relação do comércio internacional do látex a princípio do século XX. 2023-06-30T18:25:04Z 2022-04-30 Tese Espinoza Cárdenas, Freddy Orlando. Roger Casement na Amazônia: exploração, violência e genocídio no interflúvio da tríplice fronteira. 2022. 149 f. Tese (Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus (AM), 2023. https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9444 por Acesso Aberto http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ application/pdf Universidade Federal do Amazonas Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
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TEDE - Universidade Federal do Amazonas |
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O famigerado Cônsul Roger Casement havia sido esquecido pelo mundo contemporâneo por
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Foi ele que denunciou os crimes do Rei Leopoldo da Bélgica no Congo e havia fundado, com
seu amigo Edmund Morel, a Associação da Reforma do Congo, além de ter recebido títulos e
honras da realeza britânica. No entanto, sabe-se muito pouco sobre a sua passagem na
Amazônia de 1910 a 1912, período em que o boom do ciclo da borracha começou a desmoronar.
Esta tese tem como propósito pesquisar essa travessia pela Amazônia, sobretudo no interflúvio
Cara-paraná e Igara-paraná do Putumayo, na Tríplice Fronteira Brasil, Colômbia e Peru. Em
1909, chega à fronteira a raiz de um escândalo denunciado pelo jornal Truth, de Londres, cujo
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contra súbditos barbadianos. A empresa inglesa Peruvian Amazon Rubber Company havia
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explorava milhões de hectares de borracha às custas do trabalho escravo dos índios bora,
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comissão à Amazônia peruana a fim de investigar a firma inglesa e levantar um processo contra
os abusos e crimes do pessoal da companhia. Elabora, então, um relatório de mais duzentas
páginas nas quais descreve as atrocidades dos caucheiros (entenda-se caucheiros como os
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entender sobre suas lendas e mitos através dos pesquisadores Eugene Robuchon, Capitão
Thomas Whiffen, Theodor Koch-Grünberg, Richard Schultes. A partir disso, compará-los com
o relatório do Roger Casement e o modo como ele interpreta e descreve os indígenas a ponto
de defendê-los na sociedade europeia. Saber seus registros entre linhas sobre o genocídio dos
indígenas do Putumayo e que segredos ou estratégias esconde contra a empresa inglesa
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