Tese

Avaliação da puberdade e indução de neomachos de tambaqui Colossoma macropomum através da administração de esteroides sexuais na ração

A aquicultura tem se destacado ano após ano no Brasil como uma das atividades agropecuárias que contribui para o cenário de produção de proteína animal de alta qualidade. Nesse contexto, o tambaqui (Colossoma macropomum) é a principal espécie nativa cultivada no país, e possui técnica de reprodução...

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Autor principal: Morais, Irani da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3882637962783909
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2023
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9506
Resumo:
A aquicultura tem se destacado ano após ano no Brasil como uma das atividades agropecuárias que contribui para o cenário de produção de proteína animal de alta qualidade. Nesse contexto, o tambaqui (Colossoma macropomum) é a principal espécie nativa cultivada no país, e possui técnica de reprodução induzida já consolidada. No entanto, ainda é necessário esclarecer informações a respeito das fases reprodutivas, fundamentais para melhorar a produção, bem como é possível desenvolver novas tecnologias, como produção de população monossexo. Com base nisso, a produção de neomachos de tambaquis, pode ser uma alternativa viável, para produzir populações exclusivamente femininas, uma vez que fêmeas desta espécie apresentam crescimento superior quando comparado aos machos, culminando em maior rentabilidade. Sendo assim, a proposta dessa tese foi produzir neomachos através de tratamento hormonal com andrógenos na fase de pré-diferenciação dos juvenis. Este trabalho teve como objetivo caracterizar as fases de desenvolvimento gonadal de uma população de tambaquis, e identificar a melhor dosagem de mesterolona (M) e de 17α-metiltestosterona (MT) para produzir neomachos de tambaqui. Para isso, três experimentos foram desenvolvidos, sendo: i) estudo da puberdade do tambaqui, no qual foi acompanhado o processo da maturação gonadal do tambaqui dos 5 aos 32 meses de idade; ii) avaliação de diferentes doses de M (1-α-metilandrosterona; a 10, 20 e 40 mg.Kg-1) através da dieta de juvenis pré-diferenciados por 3 meses, para masculinizar as fêmeas; e iii) utilização do hormônio sintético MT, adicionado à ração nas concentrações de 0, 30, 60, 90 e 120 mg.kg-1, durante dois tempos de tratamento: 90 e 120 dias para masculinizar juvenis de tambaqui. Neste estudo, as fêmeas de tambaqui iniciaram o período de puberdade tardiamente aos 11 meses de idade e os machos iniciaram espermatogênese aos 7 meses, sendo as fêmeas mais tardias e com maior ganho de peso que os machos nos dois últimos meses observados. As doses de M de 20 e 40 mg.Kg-1 de ração é eficaz na produção de mais de 77% dos machos fenotípicos, com pouca influência nos parâmetros sanguíneos e bioquímicos e sem causar micronúcleos, nem efeitos tóxicos ao fígado do tambaqui. E o uso da MT na alimentação de juvenis de tambaqui por 90 dias apresentou 68,7% de masculinização nos peixes tratados com 90 mg.Kg-1 de MT na ração, e apresentou ocorrência de animais intersexuados, enquanto o tratamento por 120 dias com MT induziu 71,4% a machos fenotípicos, na concentração de 90 mg.Kg-1 de MT na ração, sem ocorrência de animais intersexuados. O tratamento com MT não causou efeito hepatotóxico e nem efeito citogenético nas células do sangue. Concluímos que ambos andrógenos avaliados são promissores para formação de neomachos de tambaqui.