A presente dissertação busca compreender, através da perspectiva localista, o que é o ˝Pumbo˝ e como atua nas relações sociais na província da Zambézia, no distrito de Inhassunge, Moçambique. Com a pesquisa etnográfica, observei que o pumbo, no contexto autóctone-tradicional, tem sido retratado na comunidade como um veio de poder, respeito e hierarquia para os homens que o possuem, atualizando a força e a presença dos ancestrais em Inhassunge, pois possuir o pumbo torna o corpo dos homens diferenciado e marcado pelo pertencimento coletivo. Ao mesmo tempo, busco pensar as relações de gênero a partir da fala de homens e mulheres de diferentes gerações. Nas narrativas construídas pelas comunidades, existem vários tipos de pumbo e cada qual com a sua função específica que remete tanto a práticas de trabalho, ao sucesso na pesca ou caça, assim como para obter victória no jogo de futebol, indicando a atualização de uma referencia simbólica. A comunidade o considera como uma prática transmitida de geração em geração pelos antepassados que tem de ser mantida como forma de respeito, sendo um veículo de ligação coma ancestralidade. Porém, em algumas circunstâncias, os homens que o têm são vitimizados/acusadoscomo feiticeiros pelos outros homens e, por sua vez, osprimeiros dizem tratar-se de inveja por causa do sucesso que tem alcançado.
Palavras-chave: Pumbo; Ancestralidade; Género; Moçambique
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