Este estudo versa sobre as configurações do trabalho dos/as assistentes sociais na Região Metropolitana de Manaus, no estado do Amazonas. O avanço do capitalismo e as mudanças no processo produtivo com vistas à ampliação da acumulação do capital têm repercussões diretamente na vida humana, no seu trabalho e em sua luta pela sobrevivência. Como efeito dessas mudanças, vemos a intensificação das formas de exploração do trabalho, que se apresentam de diversas maneiras ao trabalhador, como, por exemplo, com a flexibilização do trabalho, pejotização, subcontratação, que levam à precarização do trabalho. Esta dissertação teve por objetivo geral analisar as configurações do trabalho dos/as assistentes sociais na Região Metropolitana de Manaus, bem como as consequências trazidas pela pandemia da covid-2019 para o trabalho profissional. Os objetivos específicos foram: Caracterizar o perfil dos/as assistentes sociais e seus espaços sócio-ocupacionais na Região Metropolitana de Manaus; Identificar as condições e relações de trabalho dos/as assistentes sociais, bem como as demandas e respostas profissionais; Verificar as demandas postas ao Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 15ª Região AM ante a precarização do trabalho profissional na Região Metropolitana de Manaus antes e durante a pandemia da covid-19; Conhecer as mudanças na conformação do trabalho dos/as profissionais de Serviço Social em decorrência da pandemia da covid-19. A pesquisa, sustentada no materialismo histórico-dialético, teve natureza explicativa e enfoque misto, com utilização de dados qualitativos e quantitativos. Recorreu à pesquisa bibliográfica, documental e de campo, com aplicação de questionário a 61 assistentes que trabalham nos municípios da Região Metropolitana de Manaus. Dos 13 municípios, a pesquisa contemplou 12, excluindo a capital Manaus. Os resultados da pesquisa de campo revelaram a precarização do trabalho dos/as assistentes sociais nos diferentes espaços sócio-ocupacionais, onde são operadas as políticas sociais. A precarização do trabalho se expressa na fragilidade dos vínculos de trabalho, baixos salários, ausência das condições éticas e técnicas e das condições estruturais para realização de suas atividades, demanda excessiva de trabalho e requisições incompatíveis com as atribuições privativas. Outro ponto importante apontado nos resultados foi o quadro reduzido de profissionais, o que implica sobrecarga de trabalho, ocasionando adoecimento aos trabalhadores. Outra evidência foi a constatação da intensificação da precarização do trabalho dos/as assistentes sociais na pandemia. Além disso, os dados revelaram que há um silêncio por parte de muitos profissionais acerca da real condição e relação de trabalho nos espaços em que trabalham.
|
