O autocuidado no envelhecimento se firma como uma possibilidade de promover saúde,
bem-estar e envelhecimento saudável, sendo inerente ao ser humano e indispensável para
a vida. Nessa perspectiva é importante dar voz para que pessoas idosas possam decidir,
de acordo com suas crenças e preferências, a execução de modos próprios para cuidar de
si. Esta pesquisa teve como objetivo compreender, a partir do olhar de idosos portadores
de doenças cardiovasculares, os sentidos das práticas do autocuidado em saúde
empregados no primeiro ano de pandemia da covid-19. De forma mais específica, buscouse: entender os sentidos atribuídos por esses idosos com doenças cardiovasculares às
práticas do seu autocuidado em saúde; compreender as dificuldades que os idosos tiveram
para realização do seu autocuidado em saúde; descrever as práticas do autocuidado em
saúde empregados por idosos com doenças cardiovasculares no primeiro ano da
pandemia. Como metodologia, foi desenvolvida uma pesquisa de natureza qualitativa,
fundamentada no método fenomenológico. Participaram da pesquisa cinco idosas que
frequentam a Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI). Para a coleta
de dados recorremos à entrevista fenomenológica, que partiu de uma questão norteadora
e apresentou desdobramentos. As entrevistas foram transcritas na íntegra, identificadas
as unidades de significado e elaboração das categorias temáticas, as quais motivaram a
elaboração de três artigos, sendo o primeiro intitulado: Produção científica sobre o
autocuidado de idosos na pandemia da covid-19: Revisão Integrativa de Literatura, o
segundo artigo, que recebeu o título: O autocuidado em saúde de mulheres idosas com
doenças cardiovasculares na pandemia: leituras a partir de Heidegger, e o último artigo,
que recebeu o título: Práticas de autocuidado em saúde de mulheres idosas com doenças
cardiovasculares na pandemia. A análise dos dados que originaram o segundo artigo
fundamentou-se na filosofia heideggeriana, isto é, considerando o conceito de cuidado
abordado por Martin Heidegger. Para a análise dos dados do terceiro artigo, utilizou-se
as bases conceituais do autocuidado, considerando suas múltiplas facetas. Os resultados
das entrevistas apontam para inúmeras possibilidades e sentidos que essas idosas
atribuíram para garantir suas necessidades existenciais no contexto da pandemia, além do
mais conseguiram ressignificar o seu cuidado, abrindo-se para possibilidade, enquanto
ser-no-mundo. Por fim, conclui-se que a dimensão do autocuidado jamais deve ser tratada
apenas de uma perspectiva biológica, mas considerar o humano em todas as suas
particularidades: psicológicas, sociais, espirituais, relacionais e afetivas.
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