A Amazônia, por meio da prestação de serviços ecossistêmicos, possui um papel essencial no equilíbrio ambiental do Brasil e de outros países. Os rios atmosféricos consistem em um desses serviços, atuando no transporte de umidade originalmente do Oceano Atlântico para outras regiões do país e do continente. Contudo, o avanço no desflorestamento desse bioma pode impactar diretamente nessas dinâmicas ambientais e, por consequência, influenciar em segmentos como o agronegócio. Assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar a relação da precipitação decorrente da transferência de umidade da porção da Floresta Amazônica situada na região Norte, e o rendimento agrícola das culturas de milho e soja das regiões Sul e Sudeste do Brasil, assim como o efeito do desflorestamento nessa dinâmica. Para isso, empregou-se o método estatístico de Análise de Redundância, onde analisou-se dados climatológicos como a divergência do fluxo de umidade integrado na vertical, convergência do fluxo de umidade integrado na vertical, evapotranspiração e precipitação, gerados a partir de dois modelos computacionais, simulando observações diárias que foram convertidos posteriormente em anuais para realização das análises, obtidas a partir do projeto de pesquisa do Instituto PIATAM, denominado de “O Polo Industrial de Manaus e sua possível contribuição para o agronegócio brasileiro – Rios voadores: Estudo sobre dinâmicas econômicas Amazônicas e seus efeitos sobre a transferência de umidade”. Quanto aos dados de Produção de Soja, Produção de Milho e Valor Agregado Bruto da Agropecuária das regiões Sul e Sudeste do Brasil, esses foram coletados no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No que concerne aos dados de Desflorestamento do bioma amazônico, utilizou-se como fonte de dados o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), que desde 1988 monitora o desmatamento na Amazônia Legal através do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES). A partir dos resultados obtidos, foi possível identificar a existência de correlações entre as variações (aumento/redução) da dinâmica hidroclimática com a projeção de desflorestamento para a Floresta Amazônica, assim como, na influência no agronegócio das regiões Sul e Sudeste.
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