Minquartia guianensis é uma espécie vegetal pertencente à família Coulaceae, que, de acordo com a literatura, produz substâncias de interesse biotecnológico, como terpenos e substâncias fenólicas. Esses metabólitos são considerados recursos terapêuticos essenciais em prol da saúde humana, principalmente no tratamento de doenças infecciosas causadas por bactérias patogênicas e multirresistentes. Ao longo dos anos, os esforços têm se concentrado na prospecção de plantas produtoras de substâncias bioativas. Entretanto, mesmo apresentando potencial biotecnológico para a produção de novas substâncias químicas, a pesquisa com
plantas ainda é uma linha de investigação carente de estudos. Portanto, este trabalho teve como objetivo realizar o estudo químico dos extratos dos galhos e folhas de M. guianensis (Coulaceae) e avaliar seu potencial antibacteriano. A coleta do material vegetal foi realizada na Reserva Ducke, Manaus, Amazonas. O material vegetal foi seco, moído e extraído com hexano (Hex) e metanol (MeOH). Os extratos obtidos foram submetidos a análises cromatográficas e apresentaram principalmente terpenos e fenólicos. A partir do fracionamento do extrato MeOH dos galhos, foi possível isolar e identificar a mistura de esteroides: β-sitosterol (1) e estigmasterol (2); e triterpenos: lupeol (3) e β-amirina (4); lupen-3-ona (5) e β-amirin-3-ona (6), além de um derivado fenólico: galato de metila (7), e uma depsidona: ácido hipoprotocetrárico (8). Do fracionamento do extrato MeOH das folhas, foi isolada a mistura de triterpenos: taraxerol (9) e lupeol (3). Esses mesmos extratos metanólicos foram ativos contra bactérias Gram-positivas, Staphylococcus aureus, e bactérias Gram-negativas, Aeromonas hydrophila e Pseudomonas fluorescens, com porcentagens de inibição variando de 63% a 70%. Em conclusão, o estudo da M. guianensis revelou seu potencial como fonte de compostos de alto valor biotecnológico com propriedades antibacterianas significativas. A análise química dos extratos de galhos e folhas proporcionou insights sobre a ampla variedade de metabólitos presentes nessa planta, incluindo algumas substâncias não relatadas anteriormente na família Coulaceae, como β-amirina, β-amirin-3-ona, galato de metila e ácido hipoprotocetrárico. A atividade antibacteriana demonstrada contra uma variedade de bactérias, incluindo cepas multirresistentes, destaca o potencial terapêutico desses metabólitos. Esta pesquisa não apenas oferece perspectivas para o desenvolvimento de novos antibióticos, mas também ressalta a importância da preservação e exploração da biodiversidade da Floresta Amazônica para possíveis aplicações médicas.
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