A presença de deltas lacustres na Amazônia tem sido documentada há varias décadas e seu desenvolvimento tem sido associado a transbordamento e ruptura de diques marginais (Gorou, 1949; Tricart, 1975; 1977; 1979; Klammer, 1984; Costa et al.,1978). Na Amazônia Ocidental, as feições de deltas são notáveis e constantes em lagos da planície de inundação do Rio Solimões, entretanto, nunca forma estudados em detalhe. Em estudo mais recente, (Soares, 2007) enfatiza a importância dos canais secundários na reconfiguração morfológica da planície aluvial pleistocênica do Rio Solimões, bem como sua acresção pelo crescimento de deltas lacustres, em função das variações sazonais do nível de água. Os deltas lacustres desenvolvidos no Lago Cabaliana, a oeste da cidade de Manacapuru, são bem extensos, estreitos e alongados e se desenvolvem ao longo de um único canal, localmente apresentam ramificações secundárias e, desta forma, se assemelham à forma geométrica tipo pé - de - pássaro , descrita nos deltas do Mississipi (Fisk & McFarlan Jr. 1954; Gould, 1970), Guadalupe (Donaldson, et al. 1970) e na planície do Rio Fly, Papua-Nova Guiné (Rowland et al. 2005). Esse tipo de delta, denominado de deltas construtivos alongados por Suguio (1998), são formados pelo crescimento das barras de desembocadura, acompanhada de diques marginais e se desenvolvem em ambientes onde predominam processos fluviais. Visando contribuir com o entendimento das feições deltaicas na Amazônia Ocidental, é proposto neste projeto de PIBIC a análise sedimentologica e estratigráfica dos depósitos sedimentares associados a deltas lacustres no Lago Cabaliana, e avaliar a taxa de crescimento desses corpos, através de análises bitemporais de produtos de sensores remotos e fotografias aéreas obtidas em épocas distintas.
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