Relatório de Pesquisa

Territorialidades Pesqueira no Baixo Rio Solimões/Manacapuru-AM

A pesca na Amazônia faz parte da história de vida do ribeirinho, o qual utiliza tanto para o autoconsumo, quanto para adquirir uma renda extra. Nota-se que tradicionalmente os ribeirinhos da várzea de Manacapuru-Am têm utilizado mais o ambiente lago do que o ambiente rio nas suas pescarias. Este últ...

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Autor principal: Francisca Bispo de Sousa
Grau: Relatório de Pesquisa
Idioma: pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2016
Assuntos:
Acesso em linha: http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/1523
Resumo:
A pesca na Amazônia faz parte da história de vida do ribeirinho, o qual utiliza tanto para o autoconsumo, quanto para adquirir uma renda extra. Nota-se que tradicionalmente os ribeirinhos da várzea de Manacapuru-Am têm utilizado mais o ambiente lago do que o ambiente rio nas suas pescarias. Este último até algumas décadas atrás somente era usado durante o período da piracema, sendo de acesso livre, sem nenhuma restrição. A partir das instalações dos frigoríficos na sede do Município de Manacapuru-Am e em outros municípios, inclusive na Capital do Estado, no final da década de 1970 e início de 1980 do século passado, somado aos incentivos fiscais e liberação de linhas de financiamentos para o setor, assim como a criação de um mercado exclusivo para as inúmeras espécies de Bagres, ocasionaram uma mudança significativa no uso dos espaços aquáticos pelos ribeirinhos na várzea amazônica. Essas empresas de pesca não atuam no processo de captura, uma vez que implicaria numa série de investimentos que certamente aumentaria o custo de produção. Decidiram assim, adquirir o pescado já capturado, realizado pelos ribeirinhos. Portanto, estes se tornam à mão-de-obra principal desse tipo de pesca. A expansão da demanda pelos peixes lisos gerados pelos frigoríficos, impulsionou os ribeirinhos, acostumados até então a utilizar basicamente os lagos de várzea para a atividade haliêutica, a freqüentar imediatamente o ambiente rio na busca da captura dessas espécies, denominadas regionalmente de feras , isso implicou num conjunto de mudanças na sua relação com o rio principal, no caso o rio Solimões: pesca noturna, introdução de motor nas canoas e das bóias, delimitação das territorialidades de pesca, a árdua tarefa de limpeza do fundo do rio, introdução do direito a vez, dentre outras. Portanto, é diante desse contexto que surge o interesse dessa pesquisa.