/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Relatório de Pesquisa
Região Metropolitana de Manaus e geografia do crime: análise geográfica da criminalidade nos municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão após a descontinuidade espacial com a ponte Rio Negro
A Ciência Geográfica em muito pode contribuir para as análises sobre a criminalidade urbana, especialmente quando se considera que todo e qualquer ação criminosa está circunscrita a uma geografia. Neste sentido, pode-se falar em uma geografia do crime , que é diferente da geografia do medo , para...
Autor principal: | Paulo Henrique Araujo da Costa |
---|---|
Grau: | Relatório de Pesquisa |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2016
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/3265 |
Resumo: |
---|
A Ciência Geográfica em muito pode contribuir para as análises sobre a criminalidade urbana, especialmente quando se considera que todo e qualquer ação criminosa está circunscrita a uma geografia. Neste sentido, pode-se falar em uma geografia do crime , que é diferente da geografia do medo , para utilizarmos do raciocínio do geógrafo Marcelo Lopes de Souza, quando abordou tal temática em seu livro Fobópole . A geografia do crime possui localização específica do ato, independentemente do tipo de crime, que pode variar das formas menos violentas para aquelas mais extremas. Já a geografia do medo possui dimensões ubíquas, com forte discurso de que áreas inteiras, que podem variar em escala desde uma rua, bairro, zona, cidade ou região podem ser consideradas violentas, sem contudo que se dimensione onde de fato o crime ocorre com maiores evidências. Essa diferenciação é necessária uma vez que a ação criminosa ocorre em local específico, circunscrito a uma geografia, e não como uma vocação de áreas inteiras, como se estas estivessem determinadas a serem violentas, como aponta o discurso da geografia do medo. Por outro lado, o entendimento dos fatores que levam ao aumento da criminalidade, em suas variadas formas, e em áreas específicas, pode contribuir para a elaboração de políticas públicas que se estendam para além da conhecida relação de causa e efeito, ou seja, do combate ao crime apenas com o aumento do aparato policial e de equipamentos tecnológicos vinculados a esse combate. O conhecimento geográfico, por meio de suas categorias espaço, território e lugar, pode contribuir para a compreensão de fatores que podem potencializar ou minimizar a criminalidade urbana. Um desses fatores são os empreendimentos que podem mudar o cotidiano dos lugares. Esses empreendimentos, sejam públicos ou privados, podem gerar alterações expressivas na cotidianidade dos lugares. Neste contexto, pode-se considerar a ponte, enquanto empreendimento público, como um importante indutor de ações modificadoras das práticas sociais cotidianas. A descontinuidade espacial para a margem direita do rio Negro, possibilitada por ela, num contexto metropolitano, pode induzir a ações de criminalidade que antes eram mais restritas à metrópole. Recentemente a imprensa tem noticiado assaltos e tentativa de assaltos em estabelecimentos e bancos em cidades como Iranduba e Novo Airão, naquilo que estamos denominando de efeito ponte , visto que tal realidade não era constatada antes do rompimento da descontinuidade espacial provocada pela circulação na ponte. Dessa forma, esta pesquisa busca entender a relação entre o estabelecimento da Região Metropolitana de Manaus, a descontinuidade espacial advinda com a ponte rio Negro e os índices de criminalidade urbana nas cidades de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. Ressaltamos que as formas de criminalidade analisadas serão aquelas relacionadas a assaltos, roubos e homicídios. |