O uso de silagem tem sido uma estratégia para os períodos de baixa produção de forragens, pois proporciona um volumoso de boa qualidade e muito utilizado na alimentação de ruminantes. A deterioração aeróbica, por sua complexidade, necessita da interação de fatores químicos, físicos e microbiológicos. Além disso, a penetração de ar pode favorecer aos microrganismos aeróbios influenciando a qualidade das silagens. Os fungos filamentosos são organismos obrigatoriamente aeróbios, mesmo assim seu crescimento e proliferação podem ser controlados pela aeração durante o armazenamento de grãos, embora essa estratégia não seja opção no caso de preservação da silagem. Apesar da necessidade de ambiente aeróbio, algumas espécies de fungos são capazes de sobreviver em concentrações baixas de oxigênio, inferiores a 4%. Estas condições reforçam a ideia da necessidade de se realizar o processo de ensilagem de maneira rápida e eficiente, bem como realizar a vedação do silo de maneira adequada. Uma das alternativas para produção de silagem é a utilização de resíduos agroindustriais, como por exemplo, o resíduo úmido de cervejaria (RUC) que consiste em um alimento de alto teor proteico, acima de 25% na matéria seca (MS), obtido ao final do processo de fabricação das cervejas, o que o faz figurar como um alimento proteinado alternativamente viável para a alimentação de ruminantes, haja vista que satisfaz dois dos fatores mais importantes relacionados à adoção de alimentos alternativos, que são o baixo custo e a disponibilidade. A atenção direcionada aos microrganismos aeróbios em silagens só foi dada nas últimas duas décadas. Antes desse evento a presença de fungos na superfície de silagens, era tida como evento normal, inevitável, uma manifestação da fermentação ou perda intrínseca ocasionada por esta atividade. Atualmente o uso da silagem na alimentação de rebanhos contribui com a produção de carne, leite e como suplemento alimentar em períodos de baixa disponibilidade de forrageiras, causados por fatores climáticos.
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