A produção historiográfica do Amazonas apresenta, hoje, algumas consideráveis lacunas. Se observarmos a produção acadêmica apresentada no Programa de Pós-Graduação em História, veremos um predomínio de trabalhos que abarquem o período da Belle Époque da cidade. Assim, a produção acadêmica sobre o período que abarca a crise da borracha, entre o declínio da economia gomífera e o estabelecimento da zona franca, é, ainda muito reduzida. Alves enfatiza a existência de uma carência de estudos históricos sobre o Amazonas no período compreendido entre o fim do ciclo da borracha e a emergência da Zona Franca (2009, p. 8).
O trabalho mais importante sobre esse período é, sem dúvida, a obra de Eloína Monteiro dos Santos: Uma liderança política cabocla: Álvaro Maia, que aborda a trajetória de Álvaro Maia (1893/1969), analisando sua ascensão na política bem como suas atividades como jornalista, professor e escritor.
Outra produção importante é a Dissertação de Mestrado de Hosenildo Gato Alves, defendida no Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal do Amazonas. O autor buscou analisar as formas pelas quais o Estado Novo e Vargas se apresentaram para os amazonenses e representaram a sociedade e o Estado como o intuito de convencer a sociedade local à assimilar o projeto estadonovista (2009, 15). Buscando problematizar a utilização da imprensa como instrumento do Estado para veicular a propaganda de seus componentes ideológicos, Alves procurou entender o que foi o Estado Novo, visualizando o momento no qual ele surgiu e a sua atuação no Amazonas os aparatos montados para ele atuar e as lideranças político-regionais que foram os representantes de Vargas no Estado (2009, P. 18.).
Neste trabalho, procuraremos compreender o contexto político que antecedeu a instauração do Estado Novo, com a análise da implantação das interventorias no estado do Amazonas e se duas relação com os trabalhadores e suas associações.
Este trabalho está inserido em um projeto mais amplo, aprovado pelo colegiado do Departamento de História e coordenado pelo Prof. Dr. César Augusto Bubolz Queirós intitulado Cidade e Trabalho em Manaus. Este projeto prevê a realização de três estudos sobre o período: um abordando, predominantemente, o Estado; outro que analisará o patronato na cidade de Manaus e outro que terá como enfoque central os trabalhadores e suas associações.
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