Periódico

HIDRELÉTRICAS NA AMAZÔNIA: O CASO DE CACHOEIRA PORTEIRA, ORIXIMINÁ-PA

Autor principal: Reale, Fátima Cristina Guerreiro
Outros Autores: Cavalcante, Maria Madalena de Aguiar
Grau: Periódico
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Pará 2022
Acesso em linha: https://periodicos.ufpa.br/index.php/geoamazonia/article/view/12818
id oai:ojs.periodicos.ufpa.br:article-12818
recordtype ojs
spelling oai:ojs.periodicos.ufpa.br:article-128182022-06-14T19:37:34Z HIDRELÉTRICAS NA AMAZÔNIA: O CASO DE CACHOEIRA PORTEIRA, ORIXIMINÁ-PA Reale, Fátima Cristina Guerreiro Cavalcante, Maria Madalena de Aguiar A Amazônia tem experienciado pressões socioambientais decorrentes da matriz energética predominante no Brasil. A necessidade de geração de energia e o volume hídrico da Amazônia propiciou decisões, ainda no período do governo militar, para o planejamento e a construção de hidrelétricas na região, fato evidenciado no caso do projeto hidrelétrico de Cachoeira Porteira, local homônimo a cachoeira onde vivem populações tradicionais e lidam com a possibilidade da construção de hidrelétrica.  Nesse sentido, o objetivo do artigo consiste em analisar a dinâmica de planejamento e instalação da hidrelétrica em Cachoeira Porteira, considerando a pressão nas áreas de castanheiras (Bertholletia excelsa) e nas populações extrativistas, no município de Oriximiná, Pará, ao norte do Brasil. A metodologia utilizada é de carácter qualitativo, a partir de análise documental que retrata o período entre 1950 a 2014, bem como, entrevistas e rodadas de conversas para obtenção de relatos sobre a perspectiva de desapropriação da área em que a hidrelétrica seria instalada. Os resultados demonstraram que as populações tradicionais, desde a primeira proposição do projeto, vivenciaram constantes períodos de angústia, dado às recorrentes possibilidades de implantação da hidrelétrica de Cachoeira Porteira, sobretudo os extrativistas obrigados a migrar para outras áreas, desarticulando a cadeia produtiva da castanha, sem indenizações em suas perdas, econômicas e socioculturais. A dinâmica territorial demonstrada pelas populações tradicionais, mesmo anterior a instalação da usina, pode ser observada e analisada enquanto impacto especulativo, cuja característica consiste nos rearranjos e efeitos anteriores a sua materialização, contudo, já apresenta impactos de diversas ordens e permite vislumbrar que, diante do plano de expansão energética, tais eventos para a Amazônia e outras áreas têm sido tensionados como a da Cachoeira Porteira que, desde o período militar prevê o projeto de implantação da usina e até os dias atuais permanece nos planos energéticos enquanto possiblidade, gerando incertezas e desarticulação de toda a dinâmica local. Universidade Federal do Pará 2022-06-14 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo Avaliado pelos Pares application/pdf https://periodicos.ufpa.br/index.php/geoamazonia/article/view/12818 10.18542/geo.v9i18.12818 Revista GeoAmazônia; v. 9, n. 18 (2021); 138-156 2358-1778 1980-7759 por https://periodicos.ufpa.br/index.php/geoamazonia/article/view/12818/8905 /*ref*/BANCO MUNDIAL - Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos no Brasil: Uma Contribuição para o Debate. Volume I: Relatório Síntese, 2008. /*ref*/BECKER, B. K. Eco-92: Primeira avaliação da conferência [Debate]. Política Externa. São Paulo, Vol. 1, N.º 2, Paz e Terra, Setembro / Outubro /Novembro,1992. /*ref*/BECKER, B. K. A Geopolítica na virada do milênio: logística e desenvolvimento sustentavel. In: CASTRO, Iná; COSTA GOMES, Paulo; CORREA, Roberto. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. /*ref*/BERMANN, C. 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