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Dissertação
Reconstrução e asfaltamento da Rodovia BR-319: efeito “dominó” pode elevar as taxas de desmatamento no sul do estado de Roraima
desmatamento acumulado até 2007 na região sul de Roraima como um todo. Esses desmatamentos estão fortemente relacionados com a disponibilidade de estradas e com o número de habitantes no interior dos PAs. Concluímos que o espalhamento de estradas endógenas pela exploração madeireira e novas ocupa...
Autor principal: | Barni, Paulo Eduardo |
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Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
2020
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5147 http://lattes.cnpq.br/5113292838828897 |
Resumo: |
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desmatamento acumulado até 2007 na região sul de Roraima como um todo. Esses
desmatamentos estão fortemente relacionados com a disponibilidade de estradas e com o
número de habitantes no interior dos PAs. Concluímos que o espalhamento de estradas
endógenas pela exploração madeireira e novas ocupações de terras, tanto por pequenos e
grandes atores, estão acontecendo de forma rápida e desordenada. Este quadro indica um
potencial grande de perda de floresta em Roraima se o fluxo de migração para esta área
aumentar, como seria esperado se Roraima for conectada ao Arco do Desmatamento com a
abertura da Rodovia BR-319 (Manaus – Porto Velho) . No Capítulo II apresentamos os
resultados dos quatro cenários de desmatamento simulados e as estimativas de emissões de
carbono para a atmosfera. Um cenário Business As Usual – BAU, chamado de BAU1 e outro
de conservação ou de mitigação, chamado de CONSERV1, foram construídos sob a hipótese
da NÃO reconstrução e asfaltamento da rodovia BR-319. Os outros dois cenários, sendo
também um BAU, chamado de BAU2 e outro de conservação ou mitigação, chamado de
CONSERV2, foram construídos sob a hipótese da reconstrução e asfaltamento da BR-319 em
2011. Os cenários construídos sob a hipótese da NÃO reconstrução e asfaltamento da BR-319
presumiram taxas de desmatamento semelhantes às observadas no período entre 2004 e 2007
no sul de Roraima e sofreram oscilações durante as simulações em função de estradas
regionais planejadas para o futuro. Os cenários sob a hipótese da reconstrução e asfaltamento
da BR-319 além de sofrerem oscilações pelas estradas regionais planejadas para o futuro
presumiram forte fluxo migratório partindo do arco do desmatamento em direção a Roraima
utilizando a BR-319 reconstruída, com conseqüente aumento nas taxas de desmatamento.
Com o cenário BAU1 (sem a BR-319) a área desmatada chegou a 715.250 hectares em 2030,
um aumento de 91,9% sobre a área desmatada inicialmente em 2007, com emissões
equivalentes a 56,4 x 10 6 toneladas de carbono para a atmosfera. Sob o cenário BAU2 (com a
BR-319) a área desmatada alcançou 858.639 hectares em 2030. Aumento de 130,4% sobre a
área desmatada inicialmente em 2007, com emissões equivalentes a 80,3 x 10 6 toneladas de
carbono para a atmosfera. Com o cenário CONSERV1 (sem a BR-319) a área desmatada
chegou a 654.513 hectares em 2030. Aumento de 75,6% sobre a área desmatada inicialmente
em 2007 e com emissão de 46,0 x 10 6 toneladas de carbono para a atmosfera. Sob o cenário
CONSERV2 (com a BR-319) a área desmatada alcançou 775.888 hectares em 2030. Aumento
de 108,2% sobre a área desmatada inicialmente em 2007, com emissão de 67,2 x 10 6
toneladas de carbono para a atmosfera. Os resultados mostraram que sob a hipótese da
reconstrução e asfaltamento da BR-319 o desmatamento aumentou em 60.638 a 204.125
hectares em 2030, comparando-se o cenário BAU1 com o cenário CONSERV2 e o cenário
CONSERV1 com o cenário BAU2, respectivamente. As emissões de carbono para a
atmosfera, decorrente dessas diferenças, foram de 10,8 x 10 6 a 34,3 x 10 6 toneladas de
carbono. Comparando o cenário BAU1 com o cenário BAU2 a diferença em área desmatada
foi de 143.398 ha e correspondeu a emissão de 23,9 x 10 6 toneladas de carbono para a
atmosfera. A reconstrução e asfaltamento da BR-319 farão o desmatamento aumentar entre 18
e 42% no sul do Estado de Roraima em 2030. As emissões de carbono para a atmosfera neste
período, decorrentes desse desmatamento sofrerão aumentos em percentuais semelhantes
(entre 19 e 42%). Este estudo demonstra que a reconstrução da BR 319, ligando Manaus a
Porto Velho, pode ter impactos ao ambiente muito além da sua área de influência oficial no
interflúvio dos rios Madeira-Purus. Seus efeitos podem se irradiar até Roraima, proporcionado
pela atual malha viária. Medidas mitigadoras para redução desses impactos deveriam incluir
também a criação de UCs em Roraima em áreas mais vulneráveis à pressão antrópica, caso a
reconstrução da BR-319 venha se concretizar. |