Dissertação

Bioacústica de ariranhas (Pteronura brasiliensis) (Carnivora: Mustelidae): discriminação vocal e repertório

A ariranha (Pteronura brasiliensis) é um animal que vive em grupos e faz uso de sinais sonoros para sua comunicação, utilizando um repertório vocal que possivelmente ajuda na coesão dos mesmos. Dois trabalhos foram publicados nas décadas de 70 e 80 para estudos sonoros de P. brasiliensis, sem enfati...

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Autor principal: Machado, Monica Rejany Barros
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA 2020
Assuntos:
Acesso em linha: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5365
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spelling oai:repositorio:1-5365 Bioacústica de ariranhas (Pteronura brasiliensis) (Carnivora: Mustelidae): discriminação vocal e repertório Machado, Monica Rejany Barros Rosas, Fernando César Weber Ariranha Vocalização de Ariranhas Bioacústica Pteronura brasiliensis A ariranha (Pteronura brasiliensis) é um animal que vive em grupos e faz uso de sinais sonoros para sua comunicação, utilizando um repertório vocal que possivelmente ajuda na coesão dos mesmos. Dois trabalhos foram publicados nas décadas de 70 e 80 para estudos sonoros de P. brasiliensis, sem enfatizar as características fisicas das ondas sonoras emitidas por estes animais. A partir de registros dos sons de ariranhas cativas (região Amazônica e Pantanal) e de ambiente natural (Lago de Balbina - AM), identificou-se e descreveu-se o padrão sonoro para esta espécie, associando-o ao comportamento apresentado durante a emissão de cada tipo sonoro. Além disto, procurou-se observar possíveis tendências discriminatórias entre classes etárias, entre sexos e entre as regiões (Amazônia e Pantanal). As vocalizações selecionadas foram digitalizadas e foram tomadas as medidas de 23 variáveis dos espectrogramas. Foram encontrados nove tipos vocais ("snort" "grito seco", " grito ondulado", " grito de filhote", "coo", "murmúrio", "buck", "som de repouso" e "humhum"), sendo que os três últimos não foram mencionados na literatura. Acusticamente, os sons apresentaram-se de forma harmônica ou de pulsos de freqüências. O número de notas variou entre os tipos vocais, bem como os limites de freqüência. A duração do sinal esteve relacionada com o nível de stress do animal. Não houve diferença em relação ao número de vocalizações entre adultos e filhotes, entre machos e fêmeas e nem entre regiões (Amazônia e Pantanal). Algumas das variáveis medidas foram submetidas a uma análise exploratória - Análise de Componentes Principais (ACP) para verificar possíveis tendências de agrupamentos etários, sexuais e geográficos. As variáveis relacionadas à freqüência fundamental e à duração do sinal foram as mais significativas quando houve formação de agrupamentos. Naqueles sons emitidos em comum entre adultos e filhotes, não houve uma tendência de agrupamentos, embora exista um som característico exclusivo de filhotes que toma possível evidenciar presença destes num grupo. Tal resultado sugere que o tom mais agudo na vocalização dos filhotes tem função de atração de co-específicos na solicitação de cuidado parental. Entre sexos foram encontrados cinco sons emitidos em comum, havendo tendência de diferenciação em três deles ("grito seco", "grito ondulado" e "grito de filhote"). Os filhotes machos apresentaram uma freqüência fundamental modulada enquanto nas fêmeas a freqüência apresentou-se harmônica. Este resultado é particularmente importante para diferenciação do sexo dos filhotes apenas observando os sonogramas. Em relação à segregação geográfica, cinco sons foram emitidos em comum pelas ariranhas do Pantanal e da região Amazônica, mas apenas em dois foram observadas segregações. Devido ao pequeno tamanho da amostra (n=15) não se pode avaliar essas tendências discriminatórias estatisticamente, ficando assim uma recomendação para trabalhos futuros. 2020-01-20T20:06:05Z 2020-01-20T20:06:05Z 2004 Dissertação https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5365 por Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ application/pdf Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA Agricultura no Trópico Úmido - ATU
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