Os estudos sobre áreas em processo de sucessão são relevantes, pois são verdadeiros laboratórios naturais, capazes de gerar informações indispensáveis ao entendimento da dinâmica sucessional em áreas degradadas. As plantas hemiparasitas constituem um grupo chave para estudos ecológicos, pois podem modificar a estrutura e dinâmica da comunidade, alterando a alocação de recursos das espécies parasitadas. A especificidade de hospedeiros nas plantas parasitas é um fator importante no estudo do grupo. O objetivo do trabalho foi verificar a ocorrência de espécies e especificidade de ervas-de-passarinho em uma área de sucessão secundária, Manaus, AM, Brasil. O estudo foi desenvolvido em uma área de sucessão secundária no Parque Estadual Sumaúma, Manaus, AM. As atividades de campo ocorreram no período de 14 de agosto de 2016 à 26 de agosto de 2017, realizando-se o reconhecimento e marcação numa área de dois hectares. Demarcou-se 4 parcelas medindo 20 m x 5m, nas bordas e uma medindo 20m x 20m na área central, totalizando 800 m2. A marcação foi realizada com fita colorida, identificando-se a parcela e o número do indivíduo infestado (ex: T 1). Verificou-se a ocorrência de quatro espécies de erva-de-passarinho. A hemiparasita Atidaphne amazonenses (N=121) ocorreu em todas as hospedeiras, sendo mais frequente em Vismia cayennensis e Vismia guianensis, devido à grande disponibilidade destas hospedeiras (N=50), mas sem especificidade. As demais ervas-de-passarinho Passovia stelis, Oryctanthus florulentus, Cladocolea micrantha também não apresentaram padrão de especificidade por hospedeiros. Registrou-se também as espécies hospedeiras: Vismia cayennensis (Jacq.) Pers, Vismia guianensis (Aubl.) Pers., Miconia alata (Aubl.) DC., Piper aduncum L., Anacardium occidentale L., Palicourea longiflora, Clidemia rubra L., Spermacoce capitata Ruiz & Pav., Inga sp. Houve dessecamento progressivo em 80% das espécies hospedeiras, além de alterações nas fenofases e finalmente morte em 31% das hospedeiras infestadas.
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