Paulo Freire, quando Secretário de Educação da cidade de São Paulo, no final da década de 1980, desenvolveu o Projeto Gênesis, que visava à implantação de laboratórios de informática em todas as escolas púbicas. O objetivo era a instalação de computadores para a qualificação dos processos de ensino e aprendizagem. Ao responder uma pergunta de Moacir Gadotti sobre a importância desse projeto, em uma sociedade tecnicamente avançada, Freire respondeu: A educação não se reduz à técnica, mas não se faz educação sem ela. Utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir, pode expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Dependendo de quem o usa, a favor de que e de quem e para quê. O homem concreto deve se instrumentar com o recurso da ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua humanização e de sua libertação (FREIRE, 1991, p. 91). Mais de três décadas depois, essa compreensão é ainda mais evidente e impactante: a sociedade tem passado por transformações profundas nos diferentes segmentos e instituições, sendo as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) fundamentais para a cognição e para a formação humana, crítica e ética. Simultaneamente ao desenvolvimento informacional e tecnológico, localizamos também os maiores desafios deste tempo: a ampliação e a democratização do acesso a tecnologias como mediação e qualidade das estruturas, dos meios e das finalidades da escola como instituição escolar social, plural e diversa.
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