A oferta no comércio e conhecimento sobre produtos alimentícios vegetais não processados foram pesquisadas em Santarém, entre comerciantes, cidadãos comuns e jovens estudantes, com o objetivo de entender se ocorre substituição no processo de modernização de mercado após a chegada de atacados na cidade. Uma lista de 188 variedades de produtos foi anotada em pesquisa realizadas em estabelecimentos comerciais, 3 Atacarejos (Grupo Assaí, Atacadão e Avante), rede de supermercados CR, mercado municipal (Mercadão 2000) e feira livre (Cohab). Alguns itens foram agregados de pesquisa em entrevistas a cidadãos (46 cidadãos aleatórios). A análise foi feita em três grupos de modo de consumo: Hortaliças e tuberosas que compõe os preparos das refeições principais, temperos e aromatizantes, e frutos e sementes. A maior similaridade de oferta recaiu sobre hortaliças e temperos, sendo em 82% a similaridade entre atacarejos e CR supermercados e 52% entre Mercadão 2000 e feira da Cohab. Certa diferença foi detectada entre produtos regionais de oferta sazonal que caracterizam a feira da Cohab e mercadão 2000. Entre todos os estabelecimentos comerciais para produtos vegetais a maior diversidade é observada na rede de supermercados CR que é tradicional e antiga na cidade e agrega tanto produção familiar regional, como importação de produção de outras regiões. Observou-se uma tendência na a uniformização do comercio a medida que algumas espécies vem sendo adquiridas em atacados por feirantes e bancas do mercadão 2000, em detrimento de produtos regionais como algumas hortaliças e frutas que foram apenas lembradas em entrevistas, mas não são mais comercializadas. Alguns cientistas da nutrição e organismos mundiais como FAO recomendam que em regiões como Amazônia é importante resgatar o conhecimento de espécies alimentares para evitar o empobrecimento desses recursos.
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