Dissertação

Análise da produção e qualidade do leite através de análises bioquímica e de expressão de genes em búfalas (Bubalus bubalis).

O leite de búfala se destaca no cenário global devido seu grande potencial nutritivo e energético e, no Brasil, a produção de leite de búfala encontra-se em expansão por conta de sua qualidade, e pela natureza rústica dos búfalos. Contudo, assim como outros ruminantes, os búfalos também são suscetív...

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Autor principal: NOGUEIRA, Henrique Low
Grau: Dissertação
Idioma: pt_BR
Publicado em: UFRA/Campus Belém 2023
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1992
Resumo:
O leite de búfala se destaca no cenário global devido seu grande potencial nutritivo e energético e, no Brasil, a produção de leite de búfala encontra-se em expansão por conta de sua qualidade, e pela natureza rústica dos búfalos. Contudo, assim como outros ruminantes, os búfalos também são suscetíveis ao calor exibindo alterações fisiológicas e comportamentais, características do estresse térmico. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar os parâmetros bioquímicos e moleculares do leite e sangue a fim de relacionar com possíveis impactos do estresse térmico na produção e qualidade do leite em grupos de búfalas (Bubalus bubalis) com diferentes médias de produção diária de leite, a saber: grupo com maior média de litros de leite, MAp (n=6; 3.46 L) e com menor média, MEp (n=6; 5.93 L). Foram realizadas a análise composicional do leite, como gordura, proteína e lactose, análise de contagem de células somáticas (CCS) e concentração de cortisol no sangue e, por fim, as análises de expressões dos genes HSP70, HSP90, TLR-2 e TLR-4. Quanto a análise bioquímica do leite, o porcentual de gordura, proteína e lactose não foi diferente entre os grupos (p > 0.05), bem como a concentração de cortisol sérico (p > 0.05) e a CCS (p > 0.05), a qual ficou abaixo de 200 mil células/mL caracterizando ausência de infecção por mastite clínica e subclínica. Quanto a análise molecular, a expressão de todos os genes, ou seja, HSP70 (0.96 MEp versus 0.58 MAp), HSP90α (0.98 MEp versus 0.03 MAp), HSP90β (0.95 MEp versus 0.48 MAp), TLR-2 (1.02 MEp versus 0.16 MAp) e TLR4 (1.26 MEp versus 0.07 MAp) foi maior no grupo MEp comparado ao MAp, respectivamente (p < 0.05). O teste de correlação foi realizado e demostrou significância apenas entre os parâmetros: Produção x HSP90α (-0.89; p < 0.05), Produção x HSP90β (-0.66; p < 0.05), TLR2 x Produção (-0.72; p < 0.05) e TLR-4 x Produção (-0.67; p < 0.05). Os resultados moleculares indicam que os animais (MEp) estavam sob estresse, pelo menos em nível celular, sendo prejudicial para a produção do leite. Contudo, este prejuízo se deu apenas na quantidade de leite produzido e não na qualidade do leite, pois nenhum dos parâmetros de composição como lipídeos, proteínas e lactose demostraram alterações significativas entres os grupos. Já os dados de correlação demostraram que os parâmetros produção e expressão de genes foram correlacionados negativamente, ou seja, quando os genes estão super expressos a produção tende a diminuir. Portanto, concluímos que, neste estudo, houve relação entre estresse térmico com produção, entretanto, não houve relação entre estresse térmico e qualidade do leite.