Um dos maiores desafios da mineração de bauxita é garantir o restabelecimento da vegetação da área pós lavra do minério. O desafio é intensificado nos casos em que o topsoil não é disponível para a construção do solo de mina, fazendo-se necessária a busca de técnicas para a melhoria do estéril e assim garantir as condições do estabelecimento vegetal e, consequentemente, obter a cobertura do solo nos estágios iniciais de recuperação da área minerada. O objetivo deste trabalho foi encontrar a dose e a fonte mais eficiente de matéria orgânica (M.O.) a ser incorporada ao substrato para promover a melhoria dos atributos físicos e químicos do estéril e garantir o desenvolvimento da planta indicadora. Foram utilizadas duas fontes de M.O. a saber: resíduos de madeira da supressão (M) e resíduos do refeitório (R) oriundos das atividades da empresa, em três dosagens 10, 20 e 40 t/ha-1 e uma testemunha (TT), o que compôs sete tratamentos com 5 repetições, dispostos em DBC. Como planta indicadora utilizou-se o feijão guandu (Cajanus cajan). Os parâmetros avaliados foram os atributos físicos: Densidade (Ds) e Porosidade Total (Pt) e; Atributos químicos nas camadas 0-5, 5-10, 10-20, 20-40 cm. As variáveis relacionadas à planta indicadora foram: biomassa seca e altura aos 6 e 14 meses de condução do experimento. Os dados foram submetidos à ANOVA e as médias comparadas por Tukey a 5% no programa Rstudio. Em ambos os períodos de amostragem (6 e 14 meses), as doses de 20 e 40t ha-1 R e 40 t ha-1 M proporcionaram acréscimo significativo de altura e aumento de biomassa seca da planta com relação à TT. Das variáveis químicas foram detectadas diferenças estatísticas para o carbono orgânico (Corg) e para a CTC potencial na camada 0-5cm (p-valor < 0,05). Para o Corg os tratamentos 40 t ha-1 M e 40 t ha-1 R foram as doses maximizadoras, logo, diferenciam-se da TT. Em relação à CTC do solo, somente a dosagem de 40 t ha-1 M se diferenciou estatisticamente de TT somente na camada superficial aos 6 meses. Para os outros atributos químicos e nas demais profundidades analisadas não houve diferenças estatísticas de TT Até o final do período experimental a Ds e Pt não responderam às doses e fontes de M.O. utilizadas. A incorporação de resíduos orgânicos ao estéril nas doses de 20 e 40 t ha-1 R e 40 t ha-1 M proporcionaram ganhos de altura na época da primeira floração do guandu. No entanto 20 e 40 t ha-1 R proporcionaram maiores valores de biomassa seca da planta indicadora, apresentando o melhor desempenho no final do ciclo experimental; A incorporação de 40 t ha-1 M e 40 t ha-1 R ao estéril apresentou efeito positivo no Corg em ambos períodos amostrais e 40 t ha-1 M afetou positivamente a CTC apenas aos 6 meses; Portanto, as doses de 20 e 40 t ha-1 R e 40 t ha-1 M misturadas ao estéril são as mais promissoras para o aumento do conteúdo de carbono no solo e as doses ≧ 20 t ha-1 R foram as que propiciaram ganhos de altura e biomassa seca do guandu, apresentando o melhor desempenho no o fim do ciclo experimental.
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