Artigo

Relações étnico-raciais entre o “Moleque” e o “Menino”: as divergências dos sujeitos nas obras regionalistas Menino de Engenho e O Moleque Ricardo de José Lins do Rego

Este artigo tem como objetivo analisar as duas obras de José Lins do Rego, Menino de Engenho (1932) e O Moleque Ricardo ( 1935 ) que fazem parte do denominado ciclo da cana de açúcar. O trabalho realiza um percurso crítico sobre dois personagens da literatura brasileira nordestina. O primeiro livro...

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Autor principal: SILVA, Eliene Nascimento da Conceição
Grau: Artigo
Publicado em: UNIFAP - Universidade Federal do Amapá 2020
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.unifap.br:80/jspui/handle/123456789/648
Resumo:
Este artigo tem como objetivo analisar as duas obras de José Lins do Rego, Menino de Engenho (1932) e O Moleque Ricardo ( 1935 ) que fazem parte do denominado ciclo da cana de açúcar. O trabalho realiza um percurso crítico sobre dois personagens da literatura brasileira nordestina. O primeiro livro analisado tem como personagem central Carlos de Melo, neto de José Paulino, dono do engenho Santa Rosa no qual vive suas primeiras experiências de infância sob a perspectiva de uma criança muito protegida da casa-grande. O segundo livro que narra a história de um jovem negro chamado Ricardo que, ao fugir de trem do engenho Santa Rosa, encontra na cidade uma nova perspectiva de vida. Os enredos inicialmente acontecem no Engenho, pois os dois romances trazem os personagens neste ambiente campestre. As obras retratam um período de muitas mudanças sociais, entre elas a Abolição da Escravatura. A pesquisa busca analisar os fatos que trazem criticamente as questões de segregação das personagens, bem como os fatos que narram as diferenças dos personagens em suas relações afetivas, e convivências sociais e assim, tenta trazer à luz os meios pelos quais as identidades se diferenciam, sobretudo na visão que autor atribui a cada personagem, até mesmo na perspectiva dos títulos das obras, onde Ricardo é descrito como um moleque e Carlos de Melo é tratado como menino. Para esta análise utilizou-se de teorias literárias e sociológicas. A partir dos elementos destacados, o trabalho traça um percurso para compreender como as divergências sociais atingem de forma brusca as relações étnicos-raciais sobretudo a integridade dos negros na década de 30, período pós Abolição. Para tanto, discorreu-se sobre as influências que as obras emitem no âmbito social, elucidando as indagações que autor distribui nas obras, principalmente o tratamento que os personagens negros recebem