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Livro
Políticas Públicas e Dinâmicas Territoriais no Oeste do Pará
Há vinte anos, em uma jornada de trabalho, conheci Alter do Chão, um dos lugares mais belos da Amazônia. Foi um encontro maravilhoso, extasiante, onde pude vivenciar e admirar a grandiosidade da natureza em sua expressão mais esplêndida, encantadora e envolvente, a qual me fez pensar a diversidad...
Autor principal: | BARROS, Márcio Júnior Benassuly |
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Outros Autores: | CARVALHO, Abner Vilhena de |
Grau: | Livro |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
Editora Itacaiúnas
2023
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/994 |
Resumo: |
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Há vinte anos, em uma jornada de trabalho, conheci Alter do Chão, um dos lugares
mais belos da Amazônia. Foi um encontro maravilhoso, extasiante, onde pude vivenciar e
admirar a grandiosidade da natureza em sua expressão mais esplêndida, encantadora e
envolvente, a qual me fez pensar a diversidade sociocultural em seus espaço-tempos. A
paisagem, composta por comunidades, símbolos, memória, pessoas, turistas, reunia
natureza, sociedade, espaço e cultura como um todo indissociável, no qual as exuberantes
praias e a beleza das águas do rio Tapajós asseguravam o encontro do ser humano com a
natureza, num verdadeiro mergulho ao mundo Amazônico. A experiência vivida me levou a pensar a escala do tempo daquele lugar, imaginando o mundo dos habitantes no transcorrer de décadas e séculos, sendo guiados e
envolvidos pela grandiosidade do Tapajós, um rio que inspira e respira territorialidades
múltiplas. Pela experiência percebi o que significava a Amazônia com povos amazônicos -
com ribeirinhos, indígenas, extrativistas, quilombolas, camponeses -, a reunião indissociável
de cultura, natureza, campo e cidade. Essa foi a minha impressão, minha leitura do lugar e
do espaço. Algum tempo depois, soube, pelos jornais, que se planejava construir um porto
graneleiro em Santarém. Tratava-se do porto da Cargill, uma das gigantes no mundo do
agronegócio da soja. A localização do porto, na entrada da cidade, no encontro da cidade
com o rio, era por demais uma irrupção do capital global na paisagem de Santarém, a bela
cidade ribeirinha, que podemos gentilmente designar como a capital do oeste paraense. Um
objeto, o porto, confere muitos significados ao espaço regional, sobretudo, por ser uma
obra do capital global totalmente indiferente aos valores cênicos e simbólicos do espaço
local, a qual marcaria, pela sua grafia, os tentáculos do agronegócio no coração da
Amazônia. Que significados esse sistema de engenharia acarretara para o lugar, para o
espaço ribeirinho, para a região de Santarém? |