Tese

Nichos, entrecruzamentos e movimentos formativos: uma proposta de reflexão compartilhada sobre a docência entre formadores de professores de ciências e biologia

Esta é uma pesquisa de natureza qualitativa, na modalidade narrativa, na qual analiso experiências vivenciadas por professores formadores que atuam no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, do Instituto de Estudos Costeiros (IECOS), da Universidade Federal do Pará (UFPA). No contexto desta...

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Autor principal: ARAÚJO, Rafaela Lebrego
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Pará 2022
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14876
Resumo:
Esta é uma pesquisa de natureza qualitativa, na modalidade narrativa, na qual analiso experiências vivenciadas por professores formadores que atuam no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, do Instituto de Estudos Costeiros (IECOS), da Universidade Federal do Pará (UFPA). No contexto desta pesquisa, proponho um processo de reflexão compartilhada sobre a docência, entre mim (professora de estágios supervisionados) e mais três formadores (professores de componentes curriculares de conhecimentos específicos da Biologia). Nesta proposição, problematizo experiências com cada um dos formadores e, por meio da reflexão, analiso-as, o que nos impele a uma formação contínua entre pares, em meio ao desenvolvimento do trabalho docente. Objetivo conhecer, para compreender, movimentos formativos realizados, analisando e reconhecendo experiências docentes formadoras e investigar em que termos essa proposta de um continuum na formação de formadores contribui para a retroalimentação docente com vistas à formação de novas gerações de professores. Desenvolvo uma proposta de trabalho em parceria que está alicerçada no pensamento reflexivo sobre a docência. Utilizo a Análise Textual Discursiva como metodologia de análise qualitativa para organizar os dados construídos a partir de meus textos de campo que se compuseram das gravações em áudio e vídeo das aulas dos formadores, diálogos reflexivos em momentos que chamei de “Café com Rafaela”, “minhas notas narrativas pessoais” (registros meus da empiria), planejamentos das disciplinas acompanhadas e registros escritos dos alunos nas disciplinas. Desse modo, emergiram dois núcleos analíticos, que organizo, utilizando uma metáfora sobre o Ecossistema Manguezal. São eles: i) Entremarés: nichos desempenhados em ações, planejamento e reflexões, com dois eixos de análise – Na Maré Alta e Na Maré Baixa; e ii) Na Maré Equinocial de Sizígia, com os eixos Sol e Lua que se alinham: a força da gravidade nas massas de água e É tempo de grandes marés! A análise dos resultados me faz assumir a tese de que formadores de professores de Ciências e Biologia, quando envolvidos em processos de formação contínua por meio da reflexão compartilhada sobre a docência, problematizam experiências docentes, movimentam e constroem saberes de diversas naturezas e, assim, se desenvolvem profissionalmente, avançando na compreensão de seu papel na formação de novos professores. Os resultados me permitem inferir que a sala de aula é um nascedouro de ideias e saberes docentes que ali são trabalhados e (re)construídos, constituindo elementos essenciais para a construção de identidades profissionais que podem ser modificadas a partir da necessidade inquirida pelos próprios formadores; a reflexão sobre a prática nos impele a um desenvolvimento profissional contínuo que pode ser maximizado por meio de um processo de compartilhamento entre pares (formadores de professores), o que ajuda a caracterizar a nossa docência, na compreensão do “como ensino” e “por que ensino como ensino”; os professores formadores realizam movimentos formativos, a partir do que sabem, conhecem e se permitem conhecer, no sentido da formação inicial de professores.