A Ilha de Mosqueiro ? o principal balne?rio da cidade de Bel?m e, embora receba um grande contingente populacional em suas praias durante todo o ano, n?o apresenta esta??es de tratamento de esgoto e ?guas pluviais que garantam a seguran?a da sa?de de seus veranistas e dos moradores efetivos. A fim de se detectar a presen?a de HAdV em ?guas destinadas ? recrea??o, foram coletadas, mensalmente, com exce??o de julho que ocorreu quinzenalmente, ?guas de quatro praias (Para?so, Murubira, Farol e Arei?o) situadas ao longo da costa da ilha, durante janeiro de 2012 a dezembro de 2014. As amostras foram concentradas pelo m?todo de adsor??o-elui??o em membrana filtrante; em seguida, o DNA foi extra?do pelo m?todo da s?lica e ent?o submetido a nested-PCR. Os produtos positivos foram purificados utilizando-se o kit Mega Quick-spin total? (Intron Biotechnology) e sequenciados com o uso do Kit BigDye? Terminator v3.1 Cycle Sequencing (Life Technologies) e da plataforma 3130xL Genetic Analyzer (Applied Biosystems). Os dados ambientais foram obtidos por meio de consulta ao Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), dispon?veis eletronicamente, considerando o dia e hor?rio de coletas. Para isolamento viral foi utilizada a linhagem A549 (Carcinoma de pulm?o humano), a fim de constatar a infecciosidade viral em algumas amostras de praias que apresentaram resultado positivo para HAdV. Do total de 156 amostras coletadas, 34 (21,8%) foram positivas para HAdV por nested-PCR, sendo as mesmas detectadas em todo o per?odo estudado, n?o sendo poss?vel observar um padr?o sazonal. Dessas, 24 (70,5%) foram sequenciadas, sendo 20 (83,3%) caracterizadas como esp?cie F (16-80% como ad-41 e 4- 20% ad-40), duas com a esp?cie C, uma como esp?cie A e uma amostra que apresentou similaridade com adenov?rus s?mio (SAdV). A precipita??o pluviom?tria aparentemente n?o influenciou na detec??o dos HAdV, mas o mesmo n?o ocorreu em rela??o ? a??o das mar?s, pois a maior detec??o viral ocorreu em preamar, provavelmente devido ao carreamento de pat?genos ambientais. Quatro amostras submetidas ao cultivo celular demonstraram efeito citop?tico (ECP), indicando que os HAdVs detectados nas ?guas recreativas da regi?o metropolitana de Bel?m possu?am capacidade infectiva, logo apresentavam risco ? sa?de dos banhistas e frequentadores locais. N?o foi observada rela??o entre bact?rias coliformes (Escherichia coli) e HadV, visto que a presen?a viral foi confirmada em 21,1% (31/147) das amostras, cuja concentra??o de bact?rias estava de acordo com os padr?es vigentes (<2000). Este estudo demonstrou a presen?a de HAdV em praias de ?gua doce, al?m de evidenciar o padr?o de circula??o de HAdV, at? ent?o desconhecido nessa regi?o em ambientes destinados ao lazer. Alem disso, refor?a a import?ncia da an?lise virol?gica juntamente com a dos indicadores bacterianos atualmente usados e sobre a necessidade de maiores estudos na avalia??o dos riscos ? sa?de p?blica por este e outros v?rus.
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