As hepatites virais B e D constituem importantes problemas de sa?de p?blica, com elevadas magnitudes e gravidades. Pouco se publicou sobre a preval?ncia das hepatites B e D em quilombolas e, este estudo surgiu tanto da necessidade de dados cient?ficos como da vontade de disponibilizar informa??es ?teis a estas coletividades. O objetivo do estudo foi avaliar a soropreval?ncia e a epidemiologia molecular das infec??es pelos v?rus das hepatites B e D em 477 participantes da comunidade quilombola do Bairro Alto, no Munic?pio de Salvaterra, Mesorregi?o do Maraj?, Par?, Brasil e correlacionar com os dados epidemiol?gicos dispon?veis. A pesquisa iniciou em 2016 com as permiss?es comunit?rias, institucionais, sendo o projeto aprovado pelo Comit? de ?tica em pesquisa do IEC (Parecer de Aprova??o N? 1.915.937), com dura??o de dois anos, sendo conclu?da em 2018. Houve pesquisa de campo com preenchimento de Ficha de Inqu?rito Individual e coleta de sangue com realiza??o dos testes sorol?gicos HBsAg, anti-HBc, e anti-HBs, por m?todos imunoenzim?ticos na SAHEP/IEC. Dos participantes, 2,7% apresentaram perfil sorol?gico compat?vel com exposi??o pr?via ao VHB, seja pelo anti-HBc+ isolado (0,8%), anti-HBc+ associado ao anti-HBs+ (1,5%) e HBsAg+ (0,4%), caracterizando laboratorialmente essa comunidade como de preval?ncia intermedi?ria, onde, apenas, 26% das amostras, apresentaram perfil sorol?gico compat?vel com resposta vacinal (anti-HBs+ isolado), demonstrando a baixa cobertura vacinal dessa comunidade. As amostras HBsAg+ e HBc total+ isolado, de participantes assintom?ticos e oligossintom?ticos, com sintomatologia frusta at?pica, atual e/ou pregressa, foram submetidas ao teste sorol?gico anti-VHD e a testes de biologia molecular para quantifica??o e genotipagem do VHB-DNA e VHD-RNA. Entre as amostras HBsAg reagentes observou-se frequ?ncia de 100% (2/2) para o gen?tipo F e para o sexo feminino, com 23 e 47 anos de idade, respectivamente. S?o necess?rias mais pesquisas para se definir a real endemicidade do VHB em popula??es quilombolas como a do Bairro Alto, grande vulnerabilidade ao VHB nesta comunidade.
|
