Artigo

Concepções sobre o uso do pronome oblíquo átono em início de enunciado na obra Esthesia Philologica (1909), de Augusto Meira

Os anos finais do século XIX e os iniciais do século XX concentram discussões muito polêmicas sobre o fenômeno da colocação pronominal. De um lado, gramáticos conservadores buscam legitimar certos usos do português europeu; de outro, intelectuais que legitimam a forma de falar brasileira como parte...

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Autor principal: MACHADO, Danielly Santos
Grau: Artigo
Idioma: por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Acesso em linha: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/3905
Resumo:
Os anos finais do século XIX e os iniciais do século XX concentram discussões muito polêmicas sobre o fenômeno da colocação pronominal. De um lado, gramáticos conservadores buscam legitimar certos usos do português europeu; de outro, intelectuais que legitimam a forma de falar brasileira como parte da construção da identidade nacional. Neste trabalho, discute-se essa temática com o objetivo geral de analisar as concepções sobre o uso do pronome oblíquo átono em início de enunciado na obra Esthesia philologica: variações pronominaes (1909), de Augusto Meira. Para alcançar esse objetivo, busca-se compreender o contexto histórico e linguístico do início do século XX, entender a visão de gramáticos brasileiros e portugueses sobre a colocação pronominal no início do século XX e analisar a visão de intelectuais sobre a próclise em início de enunciado na obra Esthesia philologica (1909). A pesquisa tem como referencial teórico-metodológico Orlandi (2001), Fávero e Molina (2006), Said Ali (2021 [1895], 2008 [1950]), Figueiredo (1909) e Brito (1908). Os dados mostraram que a obra analisada, mesmo tendo sido escrita no início do século passado, traz uma abordagem que busca legitimar a próclise em início de enunciado, variação pronominal que estava (e está) em uso no Brasil. O autor justifica esse uso por meio da ocorrência nos clássicos literários, nas línguas neolatinas e no latim. Considera esse uso superior ao uso em Portugal por julgar que está respaldado na língua latina.