Esta tese apresenta os resultados da pesquisa de doutorado, inserida na Linha de Pesquisa Educação, Interculturalidade e Desenvolvimento Humano na Amazônia, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas. A pesquisa “A escola que (não) tive, o(a) estudante que (não) fui: narrativas das trajetórias escolares de pessoas LGBT e a formação de professores(as) em Manaus/AM” defende que as narrativas das trajetórias escolares de estudantes LGBT explicitam subsídios críticos imprescindíveis para a formação inicial e continuada de professores(as). Os objetivos do trabalho são: descrever, a partir das narrativas de trajetórias escolares e educacionais de estudantes LGBT, as possibilidades críticas e reflexivas para a formação inicial e continuada de professores(as) sobre as questões de diversidade sexual e gênero na educação básica na cidade de Manaus; identificar junto às temáticas, diversidade sexual e gênero, as políticas públicas voltadas à formação de professores(as) da educação básica no país; apontar, por meio das trajetórias educacionais narradas por estudantes LGBT, as contribuições à formação de professores(as) necessárias para a promoção da permanência de estudantes LGBT na educação básica. O estudo fundamenta-se no Materialismo HistóricoDialético, na Psicologia Histórico-Cultural e Pedagogia Histórico-Crítica. Com abordagem qualitativa, a pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevistas com estudantes da Universidade Federal do Amazonas, tendo como suporte de análise os núcleos de significação. O estudo considera, ainda, os avanços alcançados no debate sobre diversidade sexual e gênero no campo educacional nacional nas últimas décadas, mais especificamente, na formação inicial e continuada de professores(as). Os resultados apresentaram que as trajetórias de escolarização de estudantes LGBT são marcadas por exclusão, violências e LGBTfobia no espaço escolar amazonense. A análise das narrativas destacou a indispensabilidade das temáticas estarem associadas aos processos de desenvolvimento humano, à vida digna e à cidadania em consonância às leis e diretrizes educacionais nacionais da educação básica e da formação docente; apontou a necessidade de formação, inicial e continuada, tanto para os(as) professores(as) quanto para todo o corpo técnico escolar; anunciou a relevância de uma formação que vislumbre construções teóricas baseadas nos direitos humanos, de modo a possibilitar a tomada de consciência de estigmas e preconceitos e sua extinção, assim como a necessidade de implementação de processos formativos que valorizem a escuta ativa e a empatia, propiciem a construção de saberes de bases críticas, reflexivas, históricas, sociais e culturais para garantir a inclusão e a plena escolarização de estudantes LGBT em ambientes seguros e acolhedores, gerando possibilidades para continuidade de seus estudos, por meio da promoção e garantia da equidade de gênero, enfrentamento da LGBTfobia e construção da cidadania (não precária) plena desses(as) estudantes.
|
