Dissertação

Conexão com a natureza e comportamento ecológico de adolescentes amazônidas

A Conexão com a Natureza (CN) é entendida como um construto psicológico de vínculo subjetivo com a natureza que, mesmo sendo uma característica biológica, é moldada por aspectos cognitivos e afetivos a partir de experiências positivas vivenciadas na e com a natureza desde a infância. A partir...

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Autor principal: Gama, Rayanne Roque
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5578032712664615
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2024
Assuntos:
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Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10242
Resumo:
A Conexão com a Natureza (CN) é entendida como um construto psicológico de vínculo subjetivo com a natureza que, mesmo sendo uma característica biológica, é moldada por aspectos cognitivos e afetivos a partir de experiências positivas vivenciadas na e com a natureza desde a infância. A partir dessas experiências uma pessoa pode formar uma forte CN. Esse construto é preditor de bem-estar físico, mental e do Comportamento Ecológico (CE). O CE pode ser definido como ações amigáveis ao meio ambiente, a partir de condutas intencionais ou não, que visam a proteção e cuidado do ambiente. Considerando essas premissas a presente pesquisa, de caráter exploratório, buscou compreender os graus de Conexão com a Natureza (ICN) e o Comportamento Ecológico (CE) de adolescentes amazônidas nas zonas urbanas e rural da cidade de Manaus. Foi aplicado um questionário estruturado, com questões sobre aspectos sociodemográficos, histórico socioambiental de atividades na natureza, e duas escalas de CN: a) Escala Inclusão da Natureza no Self (INS) e b) Escala de Conexão com a Natureza (ICN). As questões sobre CE foram feitas com itens escalonados sobre práticas ecológicas e não ecológicas sobre consumo de água, consumo de energia e descarte de resíduos. A aplicação do questionário se deu de forma presencial em escolas de ensino fundamental nas zonas urbanas e rurais da cidade de Manaus-AM. A escolha das escolas se deu por acessibilidade, sendo 4 escolas da zona urbana e 2 escolas da zona rural. Participaram 184 adolescentes (53% meninas e 47% meninos) com idade entre 11 e 14 anos, sendo 79% de escolas urbanas e 21% de escolas rurais. A maioria (70%) dos adolescentes tem um entendimento de natureza como um lugar de elementos bióticos (flora e fauna); 10% de um lugar que emana qualidades positivas (bons sentimentos, beleza); 9% de um lugar composto de elementos abióticos (água, montanha). Os demais 10% expressaram entendimentos diversos. A maioria destes adolescentes relata pouco frequentar ambientes naturais ou desenvolver atividades ao ar livre, seja em visitas aos parques, subir em árvores, brincar com animais, ou ir a cachoeiras/rio. De modo geral, os adolescentes mostraram ter níveis medianos de CN na INS (M=4,09) e níveis mais elevados de CN na ICN (M=4,22). Os resultados demonstram diferenças significativas da escala INS em relação ao local (p=0,007) com maior nível de CN em adolescentes da zona rural e idade dos adolescentes (p=0,032), com maior nível de CN nos adolescentes mais jovens; na ICN apenas o gênero (p=0,001) se mostrou estatisticamente significante para a ICN no grau o sexo feminino apresentou níveis mais elevados de CN do que os adolescentes do sexo masculino. Conclui-se que os adolescentes mais velhos apresentam níveis mais baixos de CN que aqueles mais jovens. Adolescentes estudantes de escolas rurais, por sua vez, possuem graus de CN mais elevados do que os de escolas urbanas. Adolescentes do sexo feminino apresentam níveis mais elevados de CN do que os adolescentes do sexo masculino. Ressalta-se que os adolescentes que relataram maior interação com a natureza e vivências positivas nesses ambientes, são os que adotavam ações relativas ao CE com maior frequência. Por fim, destaca-se que a CN e o CE estão relacionados.