Ser mulher é ser marcada desde o nascimento, até a finitude pela possibilidade de lidar com
a violência, pois estamos inseridas em uma sociedade patriarcal em que violências de gênero
predominam. A violência contra a mulher é exercida em diversos contextos e uma das
principais formas de violência exercida contra a mulher é observada em relacionamentos
íntimos amorosos. A sua vivência é responsável pela vulnerabilização e traz consequências
à saúde física e, principalmente, à saúde mental das mulheres, impactando diretamente a sua
qualidade de vida. Desse modo, faz-se relevante estudar a temática considerando os
processos psicológicos e de saúde que são vivenciados pelas vítimas de violência, pois assim,
as práticas dos profissionais nos serviços de saúde podem ser aprimoradas, proporcionando
melhor acolhimento. Voltar o olhar para as mulheres da Amazônia também é proporcionar
um espaço de acolhimento e atenção às demandas das mulheres da região norte, que possuem
um contexto histórico marcado por diversas violências decorrentes do período da
colonização e que influenciam até hoje suas existências. Em vista disso, o objetivo geral da
dissertação foi analisar as experiências de relações abusivas na vida de mulheres
amazônidas. Subsidiariamente buscamos: 1. identificar os tipos de violência que se faziam
presentes nas relações abusivas das participantes; 2. conhecer as influências dos dispositivos
de gênero que sustentam a relação e permanência das mulheres; 3. descrever os efeitos de
uma relação amorosa marcada por violência na vida atual das participantes. A pesquisa se
delineou pelo modelo qualitativo e a análise temática foi utilizada para compreensão das
experiências das participantes. Como resultados observa-se a violência psicológica e física
de maneira intensa, que resultaram em diversos agravos à vida atual das participantes. Além
disso, as participantes também estavam no relacionamento violento por influência dos
dispositivos de gênero materno e amoroso.
|
