A biopolítica e a necropolítica são caracterizadas pelas políticas e pelas ideias de sementes de morte em suas relações de poder e de dominação em corpos negros na sociedade sob o viés do racismo. Nesse contexto, Lima Barreto – o primeiro autor declaradamente negro –, em sua obra Os Bruzundangas (2021), expõe de forma satírica e irônica um Brasil da Primeira República, com os comportamentos e as relações sociais dessa época, além das consequências desses aspectos sobre as classes mais abastadas. O objetivo principal desta dissertação foi realizar um laço entre a obra Os Bruzundangas (2021), o racismo estrutural e as tecnologias de poder. A pesquisa realizou o levantamento de obras críticas que versavam sobre Os Bruzundangas, de Lima Barreto, destacando o autor como indivíduo visionário da estrutura política do início da República e dos problemas sociais que circundavam os agentes republicanos. A biopolítica, é percebida nas entrelinhas de Os Bruzundangas, obra que ilustra esse conceito na literatura e na sociedade. Também a definição de necropolítica vem à baila por meio de um olhar atento em relação ao texto de Lima Barreto. Quanto à pesquisa, está se deu por meio bibliográfico de forma que foram utilizadas as obras de Michel Foucault (1978-79), Achille Mbembe (2020), Silvio Almeida (2019), Laurentino Gomes (2019) e Abdias Nascimento (2016). A pesquisa foi concretizada em três etapas: a primeira foi a contextualização da luta do autor Lima Barreto e o racismo como tecnologia de poder em Os Bruzundangas. Em um segundo momento, enveredou-se pelo conceito de biopolítica nas entrelinhas da obra, em consonância com a sátira que perpassa todo o texto. Em seguida, emergiu o termo necropolítica, que é tratada de forma satírica por Lima Barreto para discussão acerca da dominação e da exclusão de grupos. Por fim, houve o entendimento sobre racismo e racismo estrutural, que são abordados na obra do autor.
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