Dissertação

Saúde mental e vivência da docência em uma escola pública de Manaus sob o viés da fenomenologia de Martin Heidegger

No Brasil, o processo de adoecimento do professor da rede pública tem sido influenciado por vários fatores, dentre os de maior prevalência encontram-se: comprometimento da saúde mental, sobrecarga de trabalho e a má remuneração da atividade. A docência é uma profissão complexa e dinâmica, exigindo t...

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Autor principal: Oliveira, Nadynne Araújo de
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/3391331600554496, https://orcid.org/0000-0003-1545-1472
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2024
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10466
Resumo:
No Brasil, o processo de adoecimento do professor da rede pública tem sido influenciado por vários fatores, dentre os de maior prevalência encontram-se: comprometimento da saúde mental, sobrecarga de trabalho e a má remuneração da atividade. A docência é uma profissão complexa e dinâmica, exigindo também grande empenho nas relações construídas no ambiente da escola, como a relação professor-aluno. O objetivo deste estudo foi compreender os sentidos e significados no discurso de docentes de uma escola pública de ensino fundamental e médio em Manaus acerca de sua saúde mental frente às demandas trazidas por discentes sob o viés da fenomenologia de Martin Heidegger. A pesquisa caminha pela linha de Processos Psicológicos e Saúde. Foi utilizada uma abordagem de pesquisa qualitativa a partir do método de investigação fenomenológica de pesquisa em psicologia, através do diário de campo e entrevista fenomenológica. Os participantes foram 10 professores de uma instituição de ensino público na cidade de Manaus. A análise dos dados, de acordo com as orientações de Amadeo Giorgi, resultou em cinco categorias: Categoria 1- O ser-professor com o ser-aluno; Categoria 2- A facticidade do ser-professor; Categoria 3- O cotidiano exige criatividade, exige autocuidado: a autenticidade frente às dificuldades do dia a dia; Categoria 4- No ser-aluno e no ser-professor: experienciando a escola; Categoria 5- Nem são eles que me adoecem/fazem sofrer: um inimigo chamado sistema; e Categoria 6- Vivendo o meu ser mais próprio: a satisfação de ser-professor”. Conclui-se que os professores, frente às demandas de sofrimento dos discentes, compreendem-se psicologicamente saudáveis, seu adoecimento parte de um conjunto de fatores que se originam, sobretudo, da forma que o sistema educacional tem se organizado; para lidar com o sofrimento frente ao fenômeno investigado, usam de afastamento e negação, ou seja, distanciamento entre professor-aluno; outra forma de contornar o sofrimento é usar estratégias externas como religiosidade/espiritualidade. Recomenda-se fortemente que o Estado se reorganize para a promoção de saúde dos atores da escola, com medidas que vão desde a efetivação de legislações vigentes, perpassam a remuneração docente, até a forma que o sistema educacional do Brasil tem se organizado.