A escola tem o papel fundamental de identificar possíveis casos de violência, orientar e fornecer conhecimentos necessários para as crianças e os/as adolescentes e notificar esses casos para os órgãos competentes. Assim sendo, este estudo, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Humanidades (PPGECH), na Linha de Pesquisa Perspectivas Teóricas e Metodológicas para o Ensino das Ciências Humanas, na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Infantil (GPEDIN), buscou responder ao seguinte problema: Como a escola, por meio do Projeto Político Pedagógico (PPP), pode ajudar no enfrentamento da Violência Sexual Intrafamiliar contra crianças e adolescentes? O objetivo geral desta pesquisa foi, então, analisar a construção do Projeto Político Pedagógico da Escola Marluce de Carvalho Lobato Souza por meio de formação colaborativa e ações de enfrentamento da Violência Sexual Intrafamiliar (VSI) contra crianças e adolescentes. Para alcançar esse objetivo, os seguintes objetivos específicos foram delineados: descrever a conquista dos direitos das crianças e dos/as adolescentes na Legislação Brasileira, apontando as consequências da violência no desenvolvimento infantil; compreender os saberes, os conflitos e as dificuldades dos/as profissionais da escola a respeito do enfrentamento da VSI contra crianças e adolescentes em uma Escola do Campo; sensibilizar os/as professores/as da comunidade escolar sobre o direito das crianças e dos/as adolescentes à proteção contra a Violência Sexual Intrafamiliar, engajando-os/as nas ações de enfrentamento do problema por meio do PPP da escola. O caminhar metodológico da pesquisa e a sua fundamentação teórica surgiram a partir da pesquisa bibliográfica voltada a estudiosos/as do tema, visando o aprofundamento na compreensão do fenômeno da VSI. O estudo está estruturado na pesquisa qualitativa, com inspiração na pesquisa-ação crítico-colaborativa. Os sujeitos da pesquisa foram seis educadoras/es, uma pedagoga, uma gestora, uma supervisora pedagógica do campo, uma merendeira, dois funcionários de serviços gerais. Utilizou-se a análise de conteúdo para a categorização dos dados coletados, agrupando em categorias. Os encontros colaborativos da pesquisa se deram a passos lentos, por meio da interação entre os/as envolvidos/as, para possíveis mudanças em um processo de autorreflexão, levando os/as educadores/as à sensibilidade do compromisso e à disponibilidade em refazer suas práticas pedagógicas. O resultado de todo o caminhar da pesquisa apresentou um trabalho minucioso e lento sobre esse enfrentamento da VSI, enfatizando que os/as educadores/as precisam estar abertos/as ao diálogo com responsabilidade, compreendendo a ação coletiva para oferecer cuidado e proteção à criança e ao/à adolescente, em busca de saídas nas dificuldades que surgirem no âmbito escolar. Pontua-se, também, que a pesquisa foi significativa, pois os medos e as incertezas relatados pelo grupo no início dos encontros foram amenizados.
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