Introdução: A prevalência crescente de Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) representa um desafio global, especialmente em regiões como a Amazônia, onde o acesso à saúde e as particularidades socioculturais influenciam diretamente o comportamento de saúde. A qualidade de vida das pessoas que convivem com DM2 é uma preocupação crescente, tanto em relação às suas vivências pessoais quanto às necessidades essenciais do dia a dia. Assim, compreender os elementos que dificultam a adesão a hábitos saudáveis torna-se crucial para a construção de estratégias mais eficazes, capazes de melhorar tanto o bem-estar quanto os resultados de saúde desses indivíduos. Objetivo: Analisar as percepções de usuários com DM2 e Agentes Comunitários de Saúde sobre barreiras e facilitadores que influenciam na adesão de hábitos saudáveis em pessoas com DM2 residentes no Amazonas. Procedimentos metodológicos: Trata-se de um estudo qualitativo com interface participativa e está inserido em um projeto matricial intitulado “Intervenção liderada por agentes comunitários de saúde para manejo de diabetes tipo 2 no interior do Amazonas”. Este estudo foi realizado em duas etapas e participaram Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e usuários com DM2: a primeira etapa foi a utilização da técnica grupal do World Café com ACS e usuários com DM2 e a segunda etapa foi a realização das entrevistas semiestruturadas com usuários com DM2 que não participaram da etapa anterior. O conteúdo das sessões de World Café e das entrevistas semiestruturadas foram transcritos na íntegra e processados com auxílio do software Atlas.ti24 e analisados mediante a Análise de Redes Temáticas. Para esta dissertação, foram considerados apenas dois grandes temas oriundos dos dados da pesquisa: hábitos alimentares e atividade física. Resultados: O estudo realizou-se com 17 ACS e 47 usuários com DM2, onde os relatos deles geraram temas básicos e foram organizados em fatores intrapessoais, interpessoais ambientais. Para os achados de hábitos alimentares saudáveis foi produzido o manuscrito “Barreiras e facilitadores para adesão a hábitos alimentares saudáveis em pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2)” onde através relatos dos participantes foi possível compreender que as principais barreiras foram a dificuldade financeira, falta de apoio familiar e a falta de profissionais capacitados e qualificados e os principais facilitadores foram a conscientização sobre alimentação saudável, condições financeiras adequadas e o apoio familiar. Para os achados de atividade física foi produzido o manuscrito “Barreiras e facilitadores para adesão à prática de atividade física em pessoas com diabetes tipo 2” onde as falas significativa dos participantes expuseram que as principais barreiras foram limitações físicas, falta de motivação, dificuldades financeiras, falta de conhecimento, falta de profissionais capacitados e qualificados, distância dos locais de AF, já os principais facilitadores foram a presença de um local adequado na abrangência da UBS, orientações profissionais, presença de profissionais capacitados e qualificados, motivação pessoal, apoio familiar e condições financeiras adequadas. Conclusão: Ficou claro e evidente que os fatores intrapessoais influenciam significativamente tanto como barreiras quanto como facilitadores na adesão a hábitos alimentares saudáveis e na prática regular de atividade física dos usuários com DM2 atendidos pela atenção primaria no contexto amazônico.
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