O presente trabalho aborda a questão da política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva no contexto intercultural do povo Baré. Frente a essa realidade escolar dos educandos indígenas com deficiência, temos os seguintes questionamentos de investigação: Como abordar a Educação Especial na Perspectiva Intercultural para garantir um atendimento educacional especializado voltado para os indígenas com deficiência? Qual é a cosmovisão dos indígenas em relação à deficiência? Como devem ser conduzidos o trabalho pedagógico e o atendimento especializado para atender a essas demandas na educação escolar indígena? E para responder esta investigação, nosso objetivo geral da pesquisa é discutir a Política de Educação Especial na Perspectiva da Interculturalidade no contexto da Educação Escolar Indígena. Deste modo, temos como objetivos específicos para aprofundar e subsidiar o objetivo geral: a) analisar a Educação Escolar Indígena e Educação Especial/Inclusiva no Brasil e no Amazonas; b) descrever as propostas de interculturalidade no campo da Educação Especial e Educação Escolar Indígena; c) investigar a cosmovisão acerca da deficiência para por meio das produções, sobretudo, para os povos indígenas Baré; e d) refletir os desafios para a efetivação de uma Política de Educação Especial no contexto da Educação Intercultural para os povos indígenas. Para alcançar esses objetivos, pautou-se no método hermenêutico-dialético, com abordagem qualitativa. Esse método combina princípios da hermenêutica e da dialética e é comumente empregado nas ciências humanas e sociais para interpretar questões complexas, discursos, contextos históricos e fenômenos sociais (Brito, 2016; Minayo, 2001). A geração de dados foi realizada por meio de entrevistas e questionários. Diante do exposto, concluiu-se que a ausência de uma Política de Educação Especial na Perspectiva Intercultural exclui os educandos indígenas com deficiência, comprometendo seu desenvolvimento integral. A inclusão exige práticas que respeitem a cosmovisão indígena, capacitem educadores e promovam uma abordagem participativa, assegurando que os saberes e as tradições culturais sejam valorizados no atendimento educacional especializado.
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