A dissertação investigou as transformações do relevo no centro da área urbana de Manaus, destacando as modificações decorrentes da ocupação humana desde o período pré-colonial até os dias atuais. O objetivo central é analisar como o relevo foi alterado ao longo do tempo em função do crescimento urbano e das intervenções estruturais.
A metodologia adotada segue a proposta de Libault (1971), que estrutura a pesquisa em quatro níveis: compilatório, correlativo, semântico e normativo. Esses níveis abrangem desde a coleta de dados em textos, documentos e mapas, até a análise e representação gráfica por meio de mapas temáticos, cartas e fotografias, facilitando a interpretação das modificações do relevo.
Os resultados evidenciam que, inicialmente, a ocupação de Manaus mantinha uma relação de equilíbrio com o meio natural. A chegada dos colonizadores portugueses trouxe as primeiras intervenções, como a construção do porto e da Fortaleza de São José do Rio Negro. Contudo, o Ciclo da Borracha marcou uma mudança drástica, com a europeização da cidade e grandes obras de infraestrutura, como a canalização de igarapés e a criação de áreas aterradas. Tais mudanças alteraram a morfologia original, eliminando barreiras naturais e expondo a cidade a novos riscos estruturais. Muitas galerias subterrâneas, hoje deterioradas, representam um risco iminente para a segurança urbana e o patrimônio histórico.
A pesquisa contribui para os estudos urbanos e geográficos ao integrar aspectos históricos e geomorfológicos, destacando a importância do planejamento urbano sustentável. O alerta sobre o estado atual das galerias e a ausência de registros sistematizados reforça a urgência de novas investigações e políticas de prevenção. Assim, o trabalho além de amplia o conhecimento sobre a evolução do relevo urbano de Manaus, propõe uma reflexão sobre práticas urbanísticas mais sustentáveis e integradas ao ambiente natural.
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