Dissertação

Detecção da hepatite B oculta nas regionais de saúde do Baixo Amazonas, Entorno de Manaus, Médio Amazonas, Rio Negro e Solimões e Triângulo do Estado do Amazonas

A epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) demonstra uma distribuição diversificada no mundo, afetando cerca de 2 bilhões de pessoas com alta frequência de infecção crônica. A segurança transfusional depende da avaliação clínico-epidemiológica apropriada de candidatos à doação de...

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Autor principal: Moresco, Mônica Nascimento dos Santos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7548658510707915
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2632
Resumo:
A epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) demonstra uma distribuição diversificada no mundo, afetando cerca de 2 bilhões de pessoas com alta frequência de infecção crônica. A segurança transfusional depende da avaliação clínico-epidemiológica apropriada de candidatos à doação de sangue e do uso de testes de seleção adequados para excluir e evitar a transmissão de agentes infecciosos tais como o VHB. A ocorrência de infecção oculta pelo VHB em doadores de sangue assintomáticos abriu uma nova lacuna a ser preenchida principalmente em hemocentros de regiões de alta prevalência como na Amazônia brasileira, que são desafiados a buscar estratégias de garantia de estoques considerando o alto impacto do descarte de hemocomponentes anti-HBc reativos. Este estudo buscou analisar nas doações de sangue do interior do estado do Amazonas a presença da infecção oculta pelo vírus da hepatite B em amostras anti-HBc total positivas com ou sem o marcador anti-HBs. A população de estudo foi composta por candidatos à doação de sangue que se apresentaram nas Unidades de Coletas Transfusionais (UCT s) nas regionais de saúde do Baixo Amazonas, Entorno de Manaus, Médio Amazonas, Rio Negro e Solimões e Triângulo, no período de junho/2011 a junho/2012. Foram analisados dois grupos de doadores negativos para HBsAg: os que apresentaram reatividade para anti-HBc com e sem a presença do anti-HBs. Foram utilizados métodos sorológicos qualitativos e quantitativos dos marcadores para a infecção e moleculares para detecção e quantificação da carga viral do DNA-VHB. A prevalência do anti-HBc total reativo no interior do estado do Amazonas entre os doadores de sangue foi de 24,4%. Foram analisadas 179 amostras anti-HBc reativas e HBsAg negativas, destas, 04 foram positivas para o DNA-VHB, caracterizando infecção oculta pelo vírus B com uma prevalência de 2,2%. Das 179 amostras, 03 apresentaram anti-HBs ≥100 mUI/mL, indicando que o marcador protetor mesmo em altos títulos não evidencia a ausência do vírus. Não houve correlação entre os títulos do anti-HBs e anti-HBc com a carga viral encontrada. A maior frequência dos doadores foi do sexo masculino com 90% em ambos os grupos de estudo e não houve relato de exposição aos fatores clássicos de risco para a infecção entre os doadores com DNA-VHB. A evidência da presença de IOB entre os doadores de sangue do interior do Estado do Amazonas abre espaço para discussão das melhores estratégias a serem utilizadas na triagem de doadores de sangue em regiões de alta prevalência e de perfil de transmissão peculiar como o caso da Amazônia. Atualmente, tanto os testes de triagem sorológica, quanto o teste NAT precisam ser redesenhados no intuito de aprimorar as estratégias de controle da transmissão transfusional buscando um algoritimo balanceado entre a rejeição de doadores potenciais, descarte de unidades, razões econômicas e segurança desejada.