Tese

Aproveitamento dos subprodutos da extração do óleo do pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) para a obtenção de bioprodutos

A família Lauraceae destaca-se por apresentar espécies com grande importância econômica, dentre elas Aniba rosaeodora Ducke, utilizada na extração de óleo essencial. Seu óleo essencial é formado majoritariamente por linalol, utilizado como fixador na perfumaria. Os subprodutos da extração do pau-ro...

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Autor principal: Custódio, Dayana Lacerda
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8728269747799638
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3092
Resumo:
A família Lauraceae destaca-se por apresentar espécies com grande importância econômica, dentre elas Aniba rosaeodora Ducke, utilizada na extração de óleo essencial. Seu óleo essencial é formado majoritariamente por linalol, utilizado como fixador na perfumaria. Os subprodutos da extração do pau-rosa são geralmente empregados como fonte de energia para o aquecimento das caldeiras nas próprias usinas. Estes subprodutos contêm substâncias com grande potencial de aproveitamento como bioprodutos. O presente estudo tem como objetivo estudar os subprodutos da extração do óleo essencial de Aniba rosaeodora Ducke a fim de possibilitar um maior conhecimento dos metabólitos encontrados nos subprodutos, assim como um melhor aproveitamento da matéria prima utilizada pela indústria. Galhos e folhas de Aniba rosaeodora foram coletados na Reserva Ducke. Os subprodutos sólidos e líquidos da extração industrial do óleo essencial de A. rosaeodora foram obtidos em parceria com a Magaldi Agro Industrial Ltda. Os galhos coletados foram submetidos a seis metodologias diferentes de extração de alcaloides. Dentre estas, três foram selecionadas devido aos rendimentos obtidos, a qualidade das frações e a praticidade dos métodos. As três metodologias selecionadas foram aplicadas ao subproduto sólido industrial. As frações alcaloídicas obtidas foram analisadas por espectrometria de massas para a comparação dos perfis alcaloídicos. Os subprodutos líquidos foram centrifugados para a obtenção das frações oleosas, as quais foram analisadas por cromatografia em fase gasosa acopladas a detectores de ionização de chamas e espectrômetro de massas. Uma alíquota do hidrolato foi liofilizada e outra foi submetida a experimentos com resinas XAD-4, visando à obtenção de frações concentradas das substâncias orgânicas presentes no hidrolato. Essas amostras foram analisadas por espectrometria de massas de forma similar às frações alcaloídicas obtidas do subproduto sólido industrial. Os perfis químicos obtidos por espectrometria de massas das frações alcaloídicas mostraram picos compatíveis com os alcaloides anibina, duckeina e reticulina, já relatados nesta espécie. Outros picos detectados foram compatíveis com coclaurina, N-metilcoclaurina, boldina e norboldina, que já são relatados em Lauraceae. Dentre os alcaloides detectados, a anibina, reticulina e N-metilcoclaurina foram observados com maior abundância relativa nos espectros de massa. As frações oleosas obtidas dos hidrolatos mostraram constituintes em comum com o óleo essencial, com diferenças nas concentrações dessas substâncias. As frações oleosas apresentaram o linalol como substância majoritária, além do α-terpineol e geraniol. As frações obtidas do hidrolato liofilizado e do experimento com a resina XAD-4 mostraram-se complexas, sugerindo a presença de diversas substâncias. Algumas das frações alcaloídicas obtidas dos subprodutos industriais mostraramse promissoras em relação a atividade citotóxica. Foi observada também atividade antimicrobiana das frações alcaloídicas obtidas do subproduto industrial e da anibina frente ao Bacillus subtilis. Os resultados obtidos mostraram que os subprodutos apresentam os mesmos alcaloides encontrados na espécie A. rosaeodora, indicando que a extração industrial do óleo essencial não causa degradação significativa dessas moléculas. Sendo assim os subprodutos da extração do óleo essencial de A. rosaeodora podem ser possíveis fontes de novos produtos, promovendo o melhor uso da matéria prima.