Dissertação

Unidades de conservação, pesca e modo de vida: contradições

Constituída de 80,4% de áreas de proteção integrais nas esferas federais e estaduais o município de Novo Airão – AM tem em seu cotidiano alguns entraves, na utilização direta dessas paisagens. O exercício da pesca se materializa junto dos seus movimentos sociais, que assumem cunho político de resist...

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Autor principal: Rodrigues, Fúlvia Maria Gomes
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0640585997026599
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3963
Resumo:
Constituída de 80,4% de áreas de proteção integrais nas esferas federais e estaduais o município de Novo Airão – AM tem em seu cotidiano alguns entraves, na utilização direta dessas paisagens. O exercício da pesca se materializa junto dos seus movimentos sociais, que assumem cunho político de resistência para com as limitações estabelecidas pelo Estado, encadeando problemáticas peculiares. A forma da composição dos sujeitos sociais, principalmente o camponês haliêutico, sua relação com os demais agentes, que interagem e dinamizam a cadeia produtiva do Pescado de Novo Airão (AM). As relações espaciais têm como referência na ciência geográfica a base para a análise da cadeia produtiva da pesca em Novo Airão (AM), as gravitacionalidades, as forças centrípetas e centrífugas de mercado, nas perspectivas econômicas de Paul Krugman. Pois, parte da produção de pescado de Novo Airão município chega até o mercado de Manacapuru (AM) pela Rodovia AM-352, que liga esses dois municípios. O município de Manacapuru - AM se consolidou como centralidade de industrialização de pescado in natura, produzido por vários municípios do Estado do Amazonas, por via hidroviária, no caso o Rio Solimões. A Rodovia Manoel Urbano AM-070 que liga Manacapuru a Manaus, torna o escoamento da produção eficaz. Novo Airão tem características que exprimem uma realidade onde as condições de trabalho na pesca têm sido temporalmente marginalizadas. Por meio de coerções territoriais determinadas pela sobreposição das gestões de variados poderes: Estadual, Federal e Municipal. As mudanças e interferências benéficas quanto à reprodução dos camponeses haliêuticos e demais sujeitos sociais que tenham na pesca a base de seus modos de vida, ou seja, que dependem diretamente dos rios (uso dos recursos ictiológicos, em especial de algumas espécies que tem mercado consumidor estável por demandas de consumo e industrialização – beneficiamento). O recurso atualmente idealizado como: ponto chave para a preservação/conservação da biodiversidade possui em seu amplo sentido o recurso (valor de uso) como uma herança como meio de produção. Com um contexto histórico mencionado pelos seus sujeitos sociais como um momento de sua história em que se tinha fartura, onde se tinha assegurado o direito de trabalhar sem interferências do Estado. Atualmente em meio às delimitações que se sobrepõem uma nas outras, entre as Instituições Públicas de Gestão dos recursos naturais que representam o Estado, as áreas de pesca estão “mais limitadas que escassas”. Com aproximadamente 2.000 pescadores a produção de Novo Airão tem sua representatividade na economia do Estado, mesmo que pescado tenha seu beneficiamento em Manacapuru, lugar em que estão os benefícios fiscais e ocorrendo agregação de valor da mercadoria in natura. Novo Airão sem benefícios da agregação de valor, sem capital territorializado na área municipal, somente com capital fixo da Rodovia AM-352, que é ponto de partida desta pesquisa, a qual foi construída pelo Governo do Estado do Amazonas e asfaltada em 2005, não com o capital ganho pelas relações econômicas.