Nos últimos anos, as Instituições Federais de Educação Superior (IFES) criaram vários cursos
de graduação por meio dos programas de expansão universitária, visando dobrar o número de
vagas e a garantir a permanência destes alunos no ensino superior do Brasil. Estes cursos
podem ser vistos como um sistema produtivo. Ao se matricularem na universidade, seus
alunos integram o sistema e passam por todo um processo de formação rumo à conclusão do
curso, quando saem devidamente diplomados. Isto torna possível conceber os novos cursos de
graduação como um vasto campo de pesquisa para a engenharia de produção. Neste contexto,
esta pesquisa teve como objetivo geral avaliar a qualidade e efetividade de um Curso de
Bacharelado em Ciências Farmacêuticas em um dos campi da Universidade Federal do
Amazonas, tomando como base o instrumento de avaliação do INEP/MEC e alusões à
produtividade. Para isso, conduziu-se esta investigação sob a perspectiva qualitativa do tipo
estudo de caso etnográfico, tendo a observação participante, análise documental entrevistas
semiestruturadas como estratégias de pesquisa e ainda a participação de dirigentes,
professores, técnicos administrativos e alunos da Instituição. A coleta de dados fez-se em três
etapas: na primeira, procedeu-se com observações na estrutura física e anotações na caderneta
de campo, fazendo-se algumas fotos; na segunda, fez-se análise e seleção dos documentos
institucionais; e na terceira, entrevistaram-se os participantes, sendo as entrevistas gravadas e
transcritas na íntegra. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo, gerando-se
temas, categorias e subcategorias de análise. Os resultados revelaram que este sistema de
produção começou a funcionar no período de implantação de uma unidade acadêmica
permanente da UFAM neste campi, o que demandou muito esforço para garantir uma
estrutura física e humana adequada para satisfazer as necessidades dos usuários. Verificou-se
que o quadro docente de farmacêuticos reduzido no início dificultou o planejamento da
estrutura laboratorial do curso; a gestão de materiais foi apontada como uma das fragilidades
do sistema; o mecanismo de autoavaliação da UFAM não oferece apoio aos gestores da
unidade na tomada de decisão. A relevância social e aspectos motivacionais foram adotados
para estudo da efetividade do curso, considerando as contribuições que podem ser dadas com
a saúde a partir de um quadro humano disposto a colaborar com os processos internos.
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