/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Dissertação
Atividade anticâncer da Biflorina em células tumorais gástricas
No norte do Brasil, sobretudo nos Estados do Amazonas e Pará, há alta incidência de câncer gástrico, cujos tratamentos disponíveis são ineficazes, na maioria dos casos. A biflorina, uma ortonaftoquinona prenilada obtida das raízes de Capraria biflora L., demonstrou, em trabalhos prévios, inibir o...
Autor principal: | Barbosa, Gleyce dos Santos |
---|---|
Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/2777489307600134 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2016
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4773 |
Resumo: |
---|
No norte do Brasil, sobretudo nos Estados do Amazonas e Pará, há alta incidência de
câncer gástrico, cujos tratamentos disponíveis são ineficazes, na maioria dos casos. A
biflorina, uma ortonaftoquinona prenilada obtida das raízes de Capraria biflora L.,
demonstrou, em trabalhos prévios, inibir o crescimento tumoral in vivo e in vitro de
várias linhagens celulares, sem induzir mutagenicidade. A ACP02, principal linhagem
celular utilizada nesse trabalho, foi estabelecida a partir de um adenocarcinoma
gástrico difuso primário, retirado da região cárdia estomacal de um paciente de 66 anos
oriundo do Pará. Entre as principais alterações cariotípicas e genéticas dessa linhagem
estão a trissomia do cromossomo 8, com amplificação do oncogene MYC, e a deleção
do braço curto do cromossomo 17, onde estaria localizado o gene supressor de tumor
TP53. Essas características observadas na linhagem estabelecida correspondem
àquelas observadas no tumor que a deu origem, evidenciando que tal linhagem é uma
boa alternativa para o estudo da fisiopatologia do câncer gástrico humano e triagem de
drogas. Tendo em vista o potencial promissor da biflorina e a necessidade de
regionalizar o estudo de novas drogas anticâncer para atender as particularidades
genotípicas de cada grupo de pacientes, avaliamos a atividade da biflorina sobre
ACP02 através da análise morfológica das células, dos ensaios de viabilidade celular,
do ensaio clonogênico, do teste de motilidade, do teste de diferenciação celular pelo
NBT e da avaliação do status de MYC e comprimento dos telômeros por FISH, nas
concentrações de 0, 1,0, 2,5 e 5 M, após 24 e 72h de tratamento. As alterações
morfológicas indicaram morte celular por necrose, além de sugerirem a ocorrência de
processo de diferenciação, devido à alteração no formato da célula aderida. A biflorina
apresentou atividade citotóxica (CI50 1,92 M) e atividades citostática, anticlonogênica
e inibidora da motilidade in vitro, estatisticamente significativas (p<0,05) desde a
concentração de 1 M. Houve redução significativa da taxa de amplificação de MYC,
nas células tratadas com 2,5 e 5,0 M da droga (p<0,05), o que pode justificar a
ocorrência de processo de diferenciação celular, tendo em vista o papel fisiológico
desse gene. Essa diferenciação foi confirmada pelos resultados obtidos durante o teste
do NBT, no qual as células apresentaram capacidade de metabolizar o sal a partir do
tratamento de 1,0 M. O comprimento do telômero foi reduzido nas células tratadas
com 5,0 M de biflorina (p<0,05). Esses resultados demonstram que a biflorina atua
sobre importantes alvos da terapia anticâncer, quando utilizada sobre a linhagem
gástrica ACP02 em concentrações em torno de 2,5 M, o que a torna uma substância
promissora para o tratamento desse tipo de tumor. |